Adylson MachadoQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Paulo Alvim

Em princípio, aparenta justa a proposição de Marcel Leal, de Itabuna homenagear o cientista Paulo Alvim dando seu nome a uma praça ladeada pela Aziz Maron e a Félix Mendonça (A REGIÂO, 9 de fevereiro).

Como ainda está por ser arborizada poderia sê-lo com espécies da Mata Atlântica. Para recuperar parte do que a ciência ceplaquena, sob a égide do renomado cientista, retirou da natureza.

Homenagens

Nomear logradouro é forma de homenagear os que contribuíram de alguma forma com a cidade. Assim, o mínimo que se exige é o vínculo entre o homenageado, sua obra e a instituição que homenageia. Através dela lança-se no imaginário coletivo a lembrança dos feitos atribuídos ao homenageado.

Nesse particular, não vemos porque estender o laurel a Paulo Alvim.

Jorge Amado

No entanto, e sem desmerecer o que representou particularmente para a pesquisa do cacau, aproveitando a proposta de Marcel Leal, e considerando que o ano vindouro é aniversário de centenário de nascimento de Jorge Amado, sugerimos o nome do ilustre ferradense para nomear a praça.

Charles Henri

Charles HenriMas, para Itabuna, que cultiva o hábito de nomear bairros e logradouros com o nome de pessoas vivas, uma gama de nomes está à disposição, de Adalmiro Leôncio da Silva (Sabará) a Marquinhos Nô, passando por Zélia Lessa, pessoas que levaram ao distante o nome de Itabuna, ainda que esquecidos ou não suficientemente lembrados em sua terra.

Charles Henri, por exemplo, nome carimbado há décadas como destaque nos desfiles cariocas da Beija-Flor de Nilópolis mais tem feito pela imagem de Itabuna que muitos de seus políticos.

Se a praça que está sem nome – como lembra Marcel – que pode voltar a ladear a alameda de Carnaval assim que o reinado de Momo volte a existir em Itabuna, bem poderia ser Praça Charles Henri.

Nome de folião a uma praça que é alameda para o Carnaval.

Indesejado

Andou por Brasília um agente dos interesses estadunidenses, travestido de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional sugerindo velha receita (que integra o atual “saco de maldades” do governo federal) donde se destaca aumento dos juros (mais!) e desaceleração da economia.

Como somos credores do FMI desde o governo Lula o FMI deveria pagar primeiro e só depois emitir conselhos. Que, por sinal, não dá para os da curriola que o criou.

Saudade nos bateu de Juscelino Kubitschek, que o afastou do País – rompeu mesmo! – Se o grande presidente houvesse ouvido o “mensageiro” (mais próximo de “O Mensageiro do Diabo”, clássico dirigido por Charles Laughton) não teríamos Brasília, tampouco a integração nacional.

E nos imaginávamos libertos dos grilhões!

Conforme o Aurélio

Ao tolerar o pastoreio em ruas e praças a fiscalização municipal traduz uma das definições para o vocábulo logradouro que, segundo o pai dos burros, também é “pastagem pública para o gado”. A origem do significado está em logrador, expressão do Nordeste para a “Seção da fazenda de criação em lugar afastado, onde estão situados curral, aguada etc. e aonde vai o vaqueiro tratar o gado e principalmente os animais feridos, que ali se restabelecem” (Aurélio).

No entanto, ainda que amparada no vocabulário, poderia a Prefeitura disponibilizar uma área específica, que em tempos de antanho se denominava “curral do conselho”. Em ruas e praças é descaso.

Maria Bonita

Maria BonitaAinda que controvertida a história do cangaço, onde se insere o que contam sobre ela, bem poderia ser estudada em vertentes histórico-sociológicas para compreender-se a mulher sertaneja nos aspectos típicos do Nordeste, não esgotados em José Américo de Almeida, Graciliano Ramos e José Lins do Rêgo, os que destacamos.

Maria Bonita é aqui lembrada por uma circunstância: nasceu em 8 de março (1911-28.07.1938).

Além do dia 8 ser destinado ao Dia da Mulher, estaria fazendo 100 anos.

Acidentes x Carnaval

As estatísticas refletem aumento de acidentes e de mortes em estradas federais durante o Carnaval. Mais de duas centenas de óbitos. Em princípio estarrecem e parecem, em análise que pode ser apressada, a existência de descaso, especialmente quando se coloca o estado das rodovias como uma das causas ao lado da irresponsabilidade de motoristas.

No entanto um outro dado precisa ser contabilizado, para que seja estabelecida a devida proporção: 400 mil adquiriram o primeiro carro em 2010. Ou seja, MAIS 400 mil novos motoristas passaram a rodar por aí. Assim, falta uma avaliação que reflita esse número acrescido à frota anterior para a devida equação e possa ser compreendido se houve ou não aumento percentual de acidentes e mortes, em relação à frota.

No entanto, em números absolutos a tragédia é visível.

Em defesa das sogras

sogrinhaUm dos mais populares temas para piadas é a sogra, instituição relegada ao escanteio no imaginário nosso de cada dia. Outra instituição vem sofrendo ataques em razão de sua questionada atuação em alguns setores: as ONGs. (Inclua-se as que se apresentam contra o complexo intermodal).

No Paraná a ONG Associação Difusora de Treinamentos e Projetos Pedagógicos-Aditepp, que atua há 40 anos em defesa dos direitos da mulher e da geração de renda, iniciou campanha para melhorar a imagem da sogra. Detalhes em http://www.advivo.com.br/ (A campanha em defesa das sogras, de 7 de março).

Como diria Stanislaw, pelo heterônimo Tia Zulmira, tem ONG para tudo.

Da série Lula aí

LulaíPara a coreana LG Lula palestra recebendo 200 mil. Quem o diz é a Folha de São Paulo: “Lula estréia em palestras com maior cachê do país” in http://www.conversaafiada.com.br do dia 2 de março.

O cachê de FHC é de US$ 50 mil o que representa 80 mil reais, a não ser que o tucano tenha por referência aquele dólar que chegou a quase 4 reais. Na época dele.

E para completar – “Pela contribuição ao desenvolvimento da civilização global” – ainda premiaram o operário com o Gorbachev lá na Rússia.

Lula estará ao lado de outros agraciados: o cineasta Stevie Spielberg, o cientista Tim Berners Lee, o empresário Martin Cooper, o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, o engenheiro Evans Wadongo, entre outros.

Não esquecer que foi o homem mais influente do mundo para a revista Time, em 2010, por “mudar o mundo no início do século XXI ao dirigir o renascimento de seu país”.

Que tristeza ser somente príncipe dos sociólogos. Não é crueldade o desespero, como chargeia o Paulo Henrique Amorim.

FHC suicideReforma política

Em tempos de anunciada reforma política, que mobiliza as duas casas do Congresso, tanto que cada uma montou a sua comissão, elevamos destas plagas grapiúnas uma proposta: incluir a urna eletrônica na discussão, no que diz respeito à impressão do voto.

Fazemo-lo em defesa de um direito inalienável, atualmente surrupiado: o de recontagem dos votos, em caso de dúvida.

Evaldo Gouveia

Homenageado no Carnaval de Fortaleza 2011 encontra o relançamento de sucessos em CD (O Trovador) patrocinado pela Prefeitura da capital cearense com releituras que vão de Elba Ramalho a Lenine e Leny Andrade a Zé Renato, passando por Dominguinhos e Jane Duboc. Os da geração nunca esquecem a sua parceria com Jair Amorim.

Evidentemente um tributo à importância da obra, revestida de diversidade e grande beleza. De nossa parte o fazemos, neste rescaldo de Carnaval, oferecendo a bela marcha-rancho que nomeia o CD (aqui na voz de Altemar Dutra).

Itororó I

Militante petista da terra da carne de sol, também insatisfeita com os rumos oferecidos por Adroaldo Almeida, à imagem da administração, defende a sua reeleição como única alternativa a inviabilizar o retorno de figuras ou grupos que não seriam muito afeitos ao trato ético com os dinheiros do erário.

Essa visão reflete a que estágio chegou o política em Itororó. Fique-se com o menos pior.

Itororó II

Na sua avaliação Adroaldo teria cacife para assegurar a reeleição, considerando os aspectos positivos em sua gestão. Pode, no entanto, errar, quando deixa de considerar a possibilidade de união das oposições para afastar o atual prefeito que, por sinal, para elas é o melhor adversário. O que já aconteceu recentemente: na eleição presidencial Dilma venceu no primeiro turno com cerca de 400 votos e perdeu o segundo com 800.

Carnaval

O Carnaval de Salvador, referência no passado, com históricos encontros de trios na Praça Castro Alves, buscou espaço – encontrou a orla – e perdeu a cabeça. Do jeito que a coisa anda, ao lado da qualidade lítero-musical do cancioneiro momesco baiano, é caminho para o despenhadeiro.

Com ampla possibilidade de se transformar num novo espaço para a festa do peão. A considerar o que anda em cima dos trios Barretos que se cuide!

Eleições

É visível o crescimento do Partido Progressista, participando do Ministério Dilma com o baiano Mário Negromonte. O que não pode ser esquecido é o vínculo histórico de muitos integrantes do PP baiano.

E naturalmente os ciúmes e temores diante de exemplos recentes em outros partidos.

PDB

Em andamento a criação do Partido Democrático Brasileiro-PDB por Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, neste mês de março. Poderá reunir insatisfeitos não somente da oposição, inclusive na Bahia. Dito partido, dizem os analistas, poderá engrossar a base do governo, no instante em que se fundir ao PSB ou ao PMDB.

Afirmam os fundadores, no entanto, que a agremiação “deve entrar para a história política como uma espécie de terceira via” e que já teria figuras como o governador Raimundo Colombo (DEM-SC), Omar Aziz (PMN-AM), o vice-governador de São Paulo Guilherme Afif Domingues (DEM) e a senadora Kátia Abreu (DEM-PA) dentre os fundadores. Na Bahia Paulo Magalhães.

Particulares atenções ficam por seus futuros integrantes em Itabuna.

Regra três

Em andamento o projeto Fernando Gomes 2012. A possibilidade de Sandra Neilma assumir função na administração municipal em área que trata de comunidades pode configurar não somente a ampliação da participação fernandista no governo Azevedo mas, concretamente, a ocupação de espaços que possam gerar visibilidade eleitoral.

O resto fica na esteira da publicidade. Que também se faz através de rádio.

Renato

A propósito do “Regra três” acima, a considerar que FG exerça o controle sobre o PMDB itabunense vai ficando mais difícil para Renato Costa ocupar espaços.

Pelo andar da carruagem, nem vice.

Jequitibá

Volta à ordem do dia o calor na praça de alimentação do Jequitibá, tornando-a sauna em alguns instantes.

Considerando que Itabuna já é pólo de distribuição de gás, o que viabiliza a instalação de indústrias, sugerimos algumas de futuro promissor, tendo como consumidor garantido o freqüentador da praça de alimentação: uma indústria de abanos e outra de leques.

Itão

A loja recentemente inaugurada no São Caetano tem primado pela qualidade: da oferta de produtos às instalações, ressalvadas as goteiras em dias chuvosos.

Até que o cliente precise de uma toilette (banheiro mesmo). Aí precisa pedir a chave, caminhar pelo estacionamento, curvar em direção ao pátio de descarga e descobrir 50 a 60 metros depois o aliviador.

Em tempos em que a defesa de interesses do consumidor se eleva a ponto de exigir sanitários até em agências bancárias o Itão trabalha contra o seu consumidor.

Imagine o cliente aperriado (como dizem em Pernambuco) em dia de chuva.

Um consumidor, por nós ouvido, vivendo a cultura da segurança pública itabunense ainda ponderou: – O senhor já imaginou o risco de o freguês ser assaltado no trajeto entre a loja e o sanitário?

Tem razão!

Não é anedota II

Da série, iniciada na edição anterior, de nomes de novas agremiações religiosas, surgidas para o mundo só em 2010. Outras pérolas: Igreja Batista a Paz do Senhor e Anti-Globo; Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade; Igreja Caverna de Adulão; Assembléia de Deus Batista a Cobrinha de Moisés; Igreja Bailarinas da Valsa Divina; Igreja Quadrangular o Mundo é Redondo.

Continua na próxima semana.  
 

FICC e o oba-oba!

A alegada falta de recursos tem sido tônica na Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania para justificar a negativa de apoio a muitos projetos locais, ensaiados por jovens de comunidades diversas. No entanto, não faltam recursos para mirabolantes projetos como trazer a Sinfônica para o dia da cidade, documentários cinematográficos etc. ou estranhos monumentos.

A propósito soam os passarinhos: em andamento um documentário sobre Jorge Amado e Ferradas. Coincidência ou não pode recair sobre a mesma pessoa que já realizou um outro para a mesma FICC.

Trocando em miúdos. É possível que tenhamos menos Jorge Amado e muito mais Cyro de Mattos falando do ferradense.

Por essas e outras, se auditarem as despesas da FICC podem surgir coisas interessantes. Inclusive a razão para certas dispensas de licitação.

Jornal Itabuna, Cultura & Arte

Descansado do Carnaval a 6ª edição do eletrônico Jornal Itabuna, Cultura & Arte. Não fora nova colunista – Samira Sarah – discorrendo sobre Firmino Rocha, lá estão Antonio Naud Junior e Geny Xavier e interessantes informações do mundo artístico regional no “Dedo de Prosa” com Eva Lima: novo filme rodado em Itajuípe (do diretor francês Bernard Athal), os 50 anos de rádio de Orlando Cardoso, o  “Versando Cantorias” do compositor Wilson Aragão, Nehele Franke e a FUNCEB, a produtora Diana Gurgel.

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Cantinho do ABC da Noite

cabocoTenha-se como idiossincrasia alencarina a igualdade de todos no universo abecedarino. No entanto, a indignação de Alencar de logo se expressa diante de certos lugares comuns, fruto de citações de “intelectuais de almanaque”.

Um da estirpe bebericava e expunha erudição, sob o crivo do olhar do vendeiro. Não tardou a soltar sapiência:

– O homem é produto do meio…

– …das pernas, Cabôco – interrompeu Alencar, dando por finda a erudição socióloga.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum