Kiko de Assis
Quando ouço pessoas criticar a implantação do Porto Sul fica patente que tudo não passa de uma estratégia da combalida e desesperada classe dos cacauicultores (leia-se coronéis) falidos de Ilhéus.
Esses “fazendeiros” criaram seus filhos com todos os “mimos de Rei”, depositaram fortunas em suas contas bancárias quando estes moravam no Rio de Janeiro ou em Salvador para concluir (?) seus estudos (embora saibamos que a grande maioria destes nunca chegava nem próximo aos campi universitários à época), e a farra rolava solta e os empréstimos bancários eram igualmente exorbitantes, afinal o cacaual estava cacauando (como diria Delfim Neto na sua incursão pelo Ministério da Agricultura).
Pois bem, hoje se vislumbra uma real possibilidade de recuperação econômica da região Sul da Bahia através da chegada do Porto Sul, não obstante, esses velhos “coronéis” teriam que conviver com uma nova sociedade se organizando em torno de uma coisa absolutamente desconhecida deles que é o TRABALHO! Filhos desqualificados, herança comprometida até a décima geração, como segurar a pose? E ainda ter que assistir os novos “Candangos” construir riqueza em cima do ócio celebrado, é demais pra essas cabeças equivocadas das terras de Gabriela.
O que incomoda mais é o fato de sentirem que serão expurgados do processo pela falta de competência no novo “negócio”, os filhos carregarão pedras pros novos faraós e isso mostrará a CARA dos falidos!
Senhores coronéis, pensar Ilhéus do tamanho de suas cabeças já não cabe mais no contexto, querer uma cidade bucólica com a economia baseada na pesca é no mínimo retrógrado, depositar suas expectativas no poder público municipal como fonte geradora de emprego e renda é um modelo absolutamente incompatível com a realidade que se apresenta em toda Bahia e no Brasil, portanto, desçam de seus tronos esfarrapados, arregacem suas mangas, larguem o discurso preguiçoso e façam por seus netos o que não conseguiram fazer por seus filhos!
Kiko de Assis é publicitário e produtor cultural