Um dia de homenagens, brindes, conscientização e inspiração sobre o papel da mulher na sociedade e as possibilidades de enfrentamento a todos os desafios que se apresentam de formas diferentes para cada uma. O evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, no Conjunto Penal de Itabuna (CPI), foi realizado pela empresa Socializa por meio da equipe multidisciplinar do Centro de Ressocialização do CPI, e teve a participação de representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Boticário em Itabuna.
A abertura foi feita pelo diretor do CPI, Major PM Adriano Valério Jácome da Silva, que saudou todas as presentes, destacando a importância da data comemorativa como marco temporal para a reflexão e celebração do papel que a mulher desenvolve na sociedade, a cada dia com mais e mais conquistas. “A mulher vem galgando degraus importantes na sociedade, e esse é o caminho para chegarmos a uma sociedade igualitária em direitos e oportunidades para homens e mulheres”, afirmou.
Já a promotora da 13ª Promotoria, que atua junto à Execução Penal, Drª Cleide Ramos, destacou a garantia de direitos às mulheres em situação de privação de liberdade, especialmente ao direito à Educação. “Me sinto muito bem nesse ambiente, com todas vocês, porque, enquanto mulher, me reconheço como igual, embora todas tenhamos circunstâncias que nos diferem, inclusive em nossas lutas. Mas, enquanto gênero, temos as mesmas lutas, vivemos situações que nos afligem de forma igual”.
Quem também falou sobre a condição feminina na sociedade foi a defensora pública Drª Priscila Renaldy, que destacou a luta das mulheres e a necessidade de ocupação dos espaços de poder, em que são pequena minoria, mas também pelo reconhecimento em instituições em que são maioria, como a própria Defensoria Pública do Estado da Bahia.
Na DPE, as mulheres são maioria e representam mais de 60% da força de trabalho e, ainda assim, não conseguem equidade, disse Priscila Renaldy. “Mesmo na instituição à qual pertenço, nos deparamos com posicionamentos que são machistas, como um colega homem nos aconselhar sobre qual roupa vestir em determinadas situações e lugares. Não cabe mais”.
Por sua vez, a coordenadora do Colegiado Interdisciplinar em Linguagem e suas Tecnologias, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC), professora doutora Maria Helena Machado Piza Figueiredo, centrou sua palestra na própria trajetória, em que buscou inspirar as reeducandas a acreditarem na força de cada uma, apesar da condição atual. “Todos os títulos e cargos que detenho, não me definem como a mulher que sou”, disse.
Ela relatou sua trajetória, de uma criança que enfrentou dificuldades de aprendizagem, dificuldades financeiras e muito preconceito e até ameaças, para hoje se ver em uma situação em que coordena uma unidade de ensino em uma Universidade Federal. “E minha nomeação saiu no dia 8 de março. Esse passou a ser o dia mais importante de minha vida, por todo simbolismo que passou a carregar, ainda mais, após essa nomeação”.
Após o encerramento das palestras, todas foram agraciadas com uma lembrança confeccionada pelas reeducandas no Centro de Ressocialização do CPI. Já as internas foram presenteadas com cosméticos de O Boticário, representado pelas colaboradoras em Itabuna, Sayonara Sena Campos de Andrade Oliveira e Flávia Sampaio de Souza, que definiram a participação no evento lembrando o lema da marca: “Onde tem amor tem beleza”.
Sayonara Sena explicou que a marca quer dizer que todas podem acessar a verdadeira beleza, que são as relações de amor, que podem estar em qualquer lugar. “Por isso fazemos questão de estar aqui, juntas, porque sabemos que podemos ajudar a melhorar a vida das pessoas através do cuidado”, finalizou.