Cinco adolescentes foram resgatados enquanto trabalhavam em situação análoga à escravidão no time de futebol Jacobinense Esporte Clube. As vítimas estavam alojadas no bairro de Cajazeiras, em Salvador, onde faziam os treinos.

Os resgates foram feitos no último domingo (12), por auditores fiscais do trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT-BA). As idades das vítimas não foram divulgadas.

A situação foi descoberta depois da prisão temporária do técnico do time, que foi acusado de assediar sexualmente os jovens. No local, os auditores fiscais identificaram que as condições de alojamento eram extremamente precárias.

De acordo com a superintendência, os adolescentes recebiam alimentação inadequada. Eles também eram mantidos presos no alojamento e tinham uma carga de trabalho intensa, inclusive com atuação em diversas competições.

 

Além disso, o Jacobinense Esporte Clube não cumpria nenhum dispositivo legal da Lei Pelé, como, por exemplo, a assinatura de contratos de atleta em formação, o pagamento de bolsa auxílio e a garantia à matrícula em unidade escolar.

Por meio de nota, o Jacobinense Esporte Clube informou que em “nenhum momento teve qualquer tipo de vínculo com os jovens”, e que “refuta veementemente que estes jovens eram mantidos em situação precária pelo clube, e que tampouco tinham qualquer tipo de contrato de trabalho, formal ou informal com os referidos jovens”.

Na mesma nota, o clube informou que “não possui em seu quadro de funcionários nenhum colaborador menor de idade, o que foi informado e provado através do fornecimento do extrato do eSocial à SRT”.

 

Treinador preso

O treinador de um time de futebol foi preso no dia 18 de março, durante a Operação Flor de Lótus. Ele é investigado por abusar sexualmente de adolescentes que integravam a equipe. O homem não teve nome divulgado por causa da Lei de Abuso de Autoridade.

Na época da prisão, a Polícia Civil informou que, além do mandado de prisão temporária, ele também foi autuado em flagrante por armazenar e compartilhar imagens de pornografia envolvendo adolescentes. O homem não tinha documentação exigida para exercer a função de treinador.

Na casa dele, foram apreendidos notebook, dois aparelhos celulares, documentos. No alojamento dos jogadores foram localizados mais documentos, preservativos e lubrificantes sexuais. (Com informações do G1)