Andreza está no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, há dois meses. Ela é de Valença, no baixo-sul baiano e acompanha a evolução do filho Benjamin, que nasceu com 33 semanas e segue internado na UTI Neonatal da maternidade. Samira, de Ilhéus, tenta vencer o medo do primeiro filho prematuro que perdeu anos atrás, ficando ao lado do pequeno Heitor que, assim como o irmão, nasceu prematuro, com apenas 26 semanas. Em comum, puérperas e recém-nascidos vivem um misto de medo e esperança, sentimentos presentes na longa e cansativa rotina de quem assiste de perto as experiências da prematuridade, lembrada este mês através da iniciativa do Novembro Roxo.

“Aqui é sempre preciso saber conviver com equilíbrio e com esperança. Uma hora o bebê está bem, outra está grave. Essa montanha russa nos faz conviver com vários tipos de emoção ao mesmo tempo”, resume Andreza Santos Silva, mãe de Benjamin.

“Toda gestante se prepara para passar nove meses esperando o bebê, passar dois dias na maternidade e ir pra casa. Quando isso não ocorre mexe com muitos sentimentos”, completa Simone Souza de Jesus Batista, mãe de Emanoel. Por isso, para Samira dos Santos de Jesus, mãe de Heitor, experiências como estas revelam uma força tomada por gestos de solidariedade. “A gente dá as mãos uma a outra. Fortalecemos os vínculos. Conversamos muito e uma vai ajudando no que a outra mais precisa”, resume ela.

Programação

O Novembro Roxo está sendo lembrado no HMIJS com uma programação especialmente elaborada para as mães e bebês prematuros. E, também, para o público externo, conscientizando a população sobre os cuidados e a prevenção da prematuridade, para além de estimular o acompanhamento do pré-natal como forma de, muitas vezes, evitar o nascimento antes do tempo. Uma equipe multidisciplinar do Hospital Materno-Infantil ministra regularmente palestras sobre o tema, no Ambulatório da unidade.

Camisas com o tema da campanha, máscaras e toucas roxas estão sendo utilizadas pelas equipes da UTI Neonatal, da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional (Ucinco) e do Alojamento Canguru. Neste dia 17, aconteceu o momento educativo da campanha, na recepção principal do hospital. O evento foi aberto pela diretora Aline Costa. Uma roda de conversa contando com a participação da diretora-médica Maria Esther Vilela e da coordenadora da UITI Neonatal, Luiza Visconti, marcou o Dia Mundial da Prematuridade.

Desde a inauguração do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio em dezembro do ano passado, nasceram prematuramente na unidade 142 bebês, o que representa 15 por cento dos partos. Um índice considerado alto pela coordenadora da UTI Neo. Para a doutora Maria Esther Vilela, é importante destacar que esta data não é uma comemoração, mas um dia de alerta para toda a sociedade.

Obra importante

No dia 6 de dezembro o HMIJS completa o seu primeiro aniversário. Construída pelo governo do estado, a unidade é gerida pela FESF desde sua inauguração. O Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI neonatal e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do estado foi de aproximadamente 40 milhões de reais, entre obras e equipamentos.