Remonta a 2014 a decisão do presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, de negar apoio da legenda ao tucano Augusto Castro. E o fez com requintes de crueldade política, como é peculiar da dupla Vieira Lima – nada seria feito sem o aval do irmão ministro, Geddel.
Pois bem. Em 2014, quando anunciava aos quatro ventos que seria o candidato a governador na chapa da "oposição unida", Geddel viu seu propósito ruir após a intervenção dos caciques do PSDB, que usaram Augusto Castro como porta-voz das más notícias. Rachariam, se fosse Geddel o candidato a governador.
Dois anos após, eis que Augusto bate à porta dos Vieira Lima. Cuia na mão, pede apoio para montar sua chapa em Itabuna. Os irmãos malvadeza o cozinham em fogo brando e com pouca água por três meses. Sabem com quem lidam. Lembram da eleição para governador.
Quer dizer que eles armaram isso em 2014? Não, claro. Mas nessas horas, sempre há um diabinho a soprar na orelha as traições pretéritas e cobrar atitudes à altura daquelas.
Alguém até poderia dizer que valeria mais a pena engolir esse sapo imberbe e pensar na desforra lá pra 2020. Afinal, "a vingança é um prato que se come frio". De fato, dois anos, para os Vieira Lima, não é o que se pode considerar tempo suficiente para esfriar o prato da vingança.
Sem problema. Eles comem morno, mesmo. Dois cálices de crueldade ajudam a descer melhor.