O médico e político Renato Costa acaba de deixar o PMDB, partido do qual era Presidente de Honra em Itabuna. Não foi uma saída das mais tranquilas, característica marcante de Costa, que é ex-deputado por dois mandatos e ex-vice-prefeito. Teve ingredientes de disputa acirrada nos bastidores, mas que foram explicitadas em uma entrevista do presidente do diretório estadual, deputado Lúcio Vieira Lima, à rádio Difusora, há duas semanas.
O presidente estadual disse no ar que Renato não poderia convocar reunião da Executiva – a respeito de uma notícia que circulara dias antes em grupos políticos em aplicativos de redes sociais – e que a definição do rumo do partido seria uma prerrogativa do presidente Pedro Arnaldo.
Lúcio escolheu seu lado, notadamente o do presidente atual Pedro Arnaldo – que, por ironia, fora levado ao cargo pelo próprio Renato Costa há dois anos – e, já a partir das palavras do presidente estadual na rádio, não se esperava que os dois dirigentes dividissem os mesmos espaços.
Desde o começo da pré-campanha circulavam as informações de que Renato Costa preferiria ver o PMDB marchando com Augusto Castro; Pedro Arnaldo preferiria Fernando Gomes – dizia objetivamente que apenas rejeitava o tucano.
Como o PMDB e outros partidos ligados à direita sempre tiveram dois pés atrás com Castro, por atitudes passadas e atuais, Renato Costa ficou de certa forma isolado em sua articulação. Mas nada disso pode ter influenciado tanto sua saída quanto aquela entrevista de LVL.
Renato Costa carrega um capital político dos mais expressivos, especialmente nas questões éticas, já que é reconhecido como um político que, mesmo não tendo sucesso em muitas de suas tentativas nas urnas, dele não se diz nada que desagrave sua conduta ética e moral na vida pública.
Perde o PMDB.