Nas suas andanças pelo sul da Bahia, semana passada, o governador Rui Costa teve dezenas de compromissos, todos documentados por sua eficiente assessoria. Um desses foi a assinatura do convênio de R$ 5 milhões do Programa Bahia Produtiva com agricultores familiares da região. Não é pouca coisa, um convênio desses. O que causou estranheza foi, justamente, o espaço dedicado pela assessoria de Rui a esse evento tão importante: um parágrafo, num texto sobre a visita que fez ao novo Hospital Regional. O evento ocorreu no auditório do Escritório da Ceplac, em Ilhéus.
Numa perspectiva totalmente oposta, a Ceplac – que cedeu o auditório – publicou em sua página um textão, louvando a participação do seu superintendente regional, as reivinsdicações que fez, abusando de fotos suas com o governador e até resgatando uma do passado, com Wagner, para provar sabe-se lá o quê. Padrão neo-petista, em alta por essas bandas.
Eis, então, a solução do mistério que intriga quem lê os dois informes: algum assessor mais atento – ou o próprio governador – percebeu a tentativa de apropriação, pelo "super-hiper", do evento do governador e evitou maiores destaques. Uma pena, por um lado. Um assunto tão importante, morreu empanzinado pelo excesso de fome de um ególotra.
Em tempo, eis o parágrafo definitivo dado pela Secom a respeito do evento:
"Ainda em Ilhéus, Rui assinou convênio do Bahia Produtiva, no valor de mais de R$ 5 milhões, e entregou um caminhão frigorífico para a Associação Territorial de Agroecologia dos Povos da Cabruca e da Mata Atlântica (Teia). O objetivo do programa é financiar projetos de inclusão produtiva e acesso ao mercado, socioambientais, de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de interesse das comunidades mais pobres da Bahia, nos 27 Territórios de Identidade do Estado."