A empresa Socializa – Soluções em Gestão, que administra o Conjunto Penal de Itabuna em regime de cogestão com o Governo do Estado, formalizou, nesta segunda-feira (19), a contratação de uma egressa do sistema prisional, para laborar na própria unidade. A contratação tem por objetivo auxiliar a egressa na reconstrução de sua trajetória na educação, já que foi aprovada, em 2021, na Universidade Federal do Sul da Bahia, mas enfrentava dificuldade para assistir às aulas, já que em certo momento precisou morar em uma cidade distante do polo educacional.
Além da questão pontual, contratar uma egressa do sistema prisional tem, também, o potencial de estimular empresários locais e regionais a seguirem o mesmo caminho. “A reconstrução da cidadania no pós-cárcere é um desafio a ser enfrentado pelos egressos com uma boa dose de coragem e determinação, mas é também fundamental o apoio da família e da sociedade”, declarou o gerente administrativo da Socializa, Yuri Damasceno, ao assinar o contrato de trabalho.
A contratação de uma egressa para um emprego formal na empresa que administra justamente a unidade prisional onde ela cumpriu pena pode ser vista como um desafio para todas as partes, mas também como um testemunho de que o sistema prisional baiano se coloca em uma posição de credibilizar o processo de ressocialização que ele mesmo promove. É dizer que acredita naquilo que faz, divulga e estimula.
“Todo o processo é acompanhado pelos órgãos da execução penal, a começar pelo Ministério Público. Acreditamos no ser humano, acreditamos no processo de ressocialização e gostaríamos que a sociedade atentasse para a necessidade de oferecer uma chance a quem errou, mas cumpriu suas obrigações e busca uma oportunidade de reconstrução e retomada de sua história”, defende o diretor do Conjunto Penal de Itabuna, Bernardo Cerqueira Dutra.