A defesa do policial militar, João Wagner Madureira, mais conhecido como “Cenoura”, se pronunciou nesta sexta-feira (12) sobre a morte da jovem Fernanda dos Santos Pereira, de 23 anos, brutalmente assassinada (Lembre o caso). Em nota, a defesa informou que o suspeito vai se apresentar à polícia de forma voluntária. Segundo a defesa, João Wagner não conhecia a vítima e que o tiro foi acidental.
Confira a nota, na íntegra, divulgada no g1, site de notícias da Globo:
“É com profundo pesar que comunicamos a todos sobre o trágico incidente envolvendo o policial militar João Wagner Madureira, conhecido como Cenoura, lotado na 69ª CIPM, na madrugada desta quinta-feira(11/01).
No calor de uma discussão, o PM se envolveu em um incidente fatal que resultou na perda de uma vida. O policial sempre dedicou sua carreira à defesa da sociedade e, em especial, à proteção das mulheres atendendo e prestando socorro em diversos casos de agressão a mulher. O ocorrido é inquestionavelmente repugnante, e estamos cientes da gravidade dos fatos.
João Wagner está comprometido em se apresentar voluntariamente às autoridades competentes e cooperar plenamente com as investigações em curso. Entendemos que essa tragédia em questão não apaga sua história em defesa da sociedade enquanto policial militar, mas compreendemos a responsabilidade de responder judicialmente por seus atos. Como deve sempre ser, independente de quem seja.
É importante esclarecer que, embora as acusações de feminicídio estejam presentes na cobertura midiática, afirmamos categoricamente que o policial militar não conhecia a vítima e que o ato não foi motivado por violência doméstica, familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que João Wagner Madureira aparece com uma arma em punho apontada para o chão. As imagens não divulgadas irão provar que a arma não tinha a intenção de intimidar a vítima, mas sim afastar pessoas alteradas na localidade. Quanto ao disparo ocorrido, esse se deu de forma acidental, quando a vítima e o policial entraram em vias de fato, momento em que a vítima tenta segurar a arma do policial, acabando por acionar a tecla do gatilho de forma involuntária como mostra as imagens divulgadas e que resultou na fatalidade que lamentamos profundamente.
João Wagner Madureira reconhece a gravidade do ocorrido e está preparado para responder perante a justiça dos homens e a justiça divina. Neste momento difícil, expressamos nossas sinceras condolências à família enlutada.
Nosso compromisso é com a verdade e a justiça, e confiamos no devido processo legal para esclarecer os detalhes deste trágico episódio”.
Mistério
O caso continua cercado de mistérios. Nas imagens, o PM já aparece com a arma em punho e chutando a vítima. A discussão continua e há uma troca de agressões físicas, até o policial atirar contra a cabeça da jovem. Fernanda teve perda de massa encefálica e morreu poucas horas depois no Hospital Regional Costa do Cacau, para onde foi socorrida.
Embora houvesse pessoas no posto, que testemunharam as agressões, ninguém tentou intervir.
O setor de comunicação da 29ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) de Ilhéus, onde o acusado é lotado, informou que um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias do caso.