A Polícia Civil da Bahia, por meio do Serviço de Investigação da 1ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, deflagrou a Operação Huǒlóng: Dragão de Fogo, que investiga os incêndios criminosos ocorridos na madrugada de 12 de setembro de 2024, em Feira de Santana. As apurações indicaram que um grupo, com base em São Paulo, orquestrou a destruição de imóveis e mercadorias das vítimas como parte de disputas comerciais. A atuação integrada com agências de inteligência dos estados da Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul possibilitou a identificação dos principais envolvidos e resultou na prisão de três suspeitos, detidos na terça-feira (19) nos estados paulista e gaúcho.

De acordo com as investigações, o crime foi financiado por um empresário chinês, residente em São Paulo e proprietário de uma empresa de importação e exportação, que teria pago R$ 50 mil para a execução dos ataques. A motivação está relacionada a uma rivalidade comercial entre o mandante e as vítimas, empresários chineses residentes no município baiano.

As transferências financeiras entre os envolvidos, realizadas via PIX, foram rastreadas pelos investigadores, contribuindo para identificar a dinâmica do crime. Um cabo da Polícia Militar de São Paulo foi indiciado como intermediário na contratação dos executores. Ele articulou a participação de quatro envolvidos, sendo responsável pela coordenação da operação criminosa.

Histórico – Em setembro, uma sequência de três incêndios atingiu inicialmente um depósito de produtos importados no bairro Pedra do Descanso, onde estavam estocados cerca de R$ 8 milhões em mercadorias. Em seguida, duas lojas localizadas na rua Conselheiro Franco, no Centro da cidade, também foram incendiadas. Todas as propriedades pertenciam a um mesmo grupo de comerciantes chineses. Os prejuízos foram estimados em mais de R$ 15 milhões.

De acordo com a delegada-geral da Polícia Civil, Dra. Heloísa Brito, a operação demonstra o comprometimento da corporação no combate ao crime organizado. “A Operação Huǒlóng partiu do levantamento de informações detalhadas sobre os envolvidos, incluindo o rastreamento de transações financeiras e a identificação de conexões entre o mandante, os intermediários e os executores. A atuação coordenada pela Polícia Civil resultou na coleta de provas que reforçam a complexidade do esquema criminoso e destacam o empenho de toda a equipe envolvida”.