Por Walmir Rosário
É sempre assim, “tem coisas que só acontecem com o Botafogo”. Esse velho chavão, ou melhor, mantra, sempre foi utilizado para marcar, ressaltar, os fatos negativos do Glorioso de General Severiano. Agora, com a conquista da taça do Campeonato Libertadores da América, definitivamente, também passará a definir os atos e fatos positivos.
Asseguro que nunca nos faltou conquistar taças, torneios e campeonatos por todo o mundo, inclusive os que valiam em nível mundial, apesar de refutados pelos eternos rivais. Por muitos anos o Botafogo “papava” os títulos contra os rivais europeus, como Barcelona, Real Madri, e outras equipes da prateleira de cima do continente europeu. Tudo anotado na imprensa da época.
Os campeonatos da América do Sul, alguns com estofo de mundial, fazem parte dos troféus exibidos na sede do clube, expostos com o destaque que sempre mereceu. Apenas os rivais brasileiros não querem reconhecer, atitude mesquinha e ranzinza dos eternos sofredores, que não esquecem as memoráveis surras em campo.
Faz parte da história do futebol brasileiro os tempos de crise vividos pelo Botafogo, fruto de más administrações das pessoas que somente buscaram tirar proveito do Glorioso. Mesmo assim, conseguia reunir os pedaços e realizar memoráveis feitos no futebol brasileiro e internacional. Alguns até pregavam o fim do clube, que seria considerada a falência do futebol brasileiro.
Realmente tem coisas que só acontecem com o Botafogo. Isto é fato. Qual o clube de futebol que revelou e manteve em seu plantel as grandes feras do futebol brasileiro? Qual o clube que forneceu a maior quantidade e os mais brilhantes craques à Seleção Brasileira? O Botafogo, claro, como voltou a fazer este ano, para a alegria dos que realmente gostam, são apaixonados pelo futebol.
E dentre as coisas que só acontecem com o Botafogo, posso citar que, por pouco, ele não encerrou as atividades, como queriam dirigentes e torcedores de clubes rivais. São pessoas que não dão a mínima importância para o futebol e se preocupam apenas com o clube pelo qual torce, sem saber que não morreria” apenas o Botafogo, mas o futebol brasileiro.
Por anos a fio fomos nominados de forma pejorativa como sendo a torcida que cabia numa kombi. Apenas ríamos, mas não nos esquivávamos de dar a resposta nos resultados dentro de campo, humilhando os adversários com acachapantes derrotas. Dizem hoje que isso é coisa do passado, digna de museu, mas mudam rapidamente de assunto, apenas para não prolongar o sofrimento.
Nossos rivais jamais esquecerão nossa invasão a Buenos Aires, de forma ordeira e pacífica, com a preocupação de apenas levantar a taça de campeão da Copa Libertadores da América. Mostramos nossa superioridade fora e dentro de campo, ao vencermos nosso adversário, o Atlético Mineiro, por 3X1, placar que seria mais elástico, não fosse nossa minoria de um jogador em campo. Um infortúnio no começo do jogo.
Vencemos e convencemos forças pré-estabelecidas, a exemplo dos rivais, arbitragem, direção do futebol nacional, grande e esmagadora parte da imprensa nacional, que não souberam ou quiseram enxergar a mudança empreendida pelo Botafogo. Criticavam a nova forma de administração do clube, a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), entidade privada com o formato de fazer os investimentos retornarem com sucesso financeiro e os grandes resultados dentro de campo.
Fomos dia e noite criticados pela imprensa e rivais sob o argumento de que o grande investidor teria apenas a vontade de tomar o clube, como se fosse uma ave de rapina do capitalismo. Erraram feio, os investimentos foram feitos, os resultados apareceram em forma de administração, craques, vitórias em campo e pagamento do enorme passivo do Botafogo associação.
E as críticas não paravam, agora sobre o pretexto que o investidor americano não se importaria com os torcedores e que com a SAF a paixão do futebol teria seus dias contados. Ledo engano, o Botafogo é cada vez mais uma família unida. Tanto assim, que pela primeira vez, John Textor levou funcionários e famílias de atletas do Botafogo para assistirem à partida em Buenos Aires.
Enfim, a Libertadores é só o começo de um trabalho recém implantado, cujo planejamento rende os primeiros frutos. As comemorações serão rápidas, pois novas atividades nos esperam, desta vez com a sonhada conquista do Campeonato Brasileiro de 2024. Somos líderes e vamos nos focar em manter nosso status quo para proporcionar novas alegrias aos botafoguenses.
Já estamos classificados para o Mundial 2025 da Fifa e queremos mais. Os torcedores da kombi pedem passagem…
Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado