Osias Ernesto Lopes
Tenho ousado fazer alguns escritos, inclusive alguns veiculados neste prestigioso “O Trombone”, sempre tentando trazer à baila discussões sobre temas que considero verdadeiramente importantes na área da boa e salutar política. Lógico que são modestas contribuições, mas que, penso, demonstram preocupação com minha terra natal, com o Estado em que vivemos e com o nosso país, com os quais todos nós temos responsabilidades enquanto cidadãos, condição essa da qual devemos nos compenetrar. Tanto tenho escrito como tenho lido o que os conterrâneos têm produzido de textos nesse campo.
E foi assim que me chamou a atenção um pronunciamento posto recentemente no “O Trombone” tratando de questões políticas envolvendo o nome do ex-governante de Itabuna, o Deputado Federal Geraldo Simões. Estranhei a abordagem. Estranhei porque penso que quem teve a graça de alcançar a formação acadêmica tem, mais que as outras pessoas, o dever de propugnar pelo esclarecimento, pela análise criteriosa dos fatos e das circunstâncias que os envolvem sem se deixar encurtar em expressões como “segundo divulgam”.
Afora o fato de que não é de bom alvitre sequer deixar que se imagine estar havendo coonestação de campanhas difamantes adredemente preparadas para favorecer essa ou aquela possível futura candidatura a prefeito de Itabuna, em detrimento da pessoa do líder das gestões (foram dois mandatos!) que ajudou a moldar e nas quais se houve com influente participação, dele recebendo sempre atenção, respeito e consideração como sói acontecer com pessoas de bem.
No que diz respeito à Lei vulgarmente chamada de “Ficha Limpa” já externei minha opinião em artigo publicado no blog co-irmão “Pimenta na Muqueca” há alguns meses atrás. Seria essa norma perfeitamente dispensável se o Poder Judiciário cumprisse regularmente com o seu único e singular papel: julgar as ações que lhes são postas a exame! Contudo, o tema é tão complexo que até mesmo sua votação ocorrida na Suprema Corte, como todos sabem, terminou num empate.
Tenho o convencimento de que a atuação política não pode nem deve ser levada ao formato ralo, raso e inconseqüente do “vale tudo”, onde os interesses pessoais, e por isso mesmo menores, sobrepõem-se aos fatos reais, agridem a dignidade alheia e aos próprios princípios dessa extraordinária ciência.
Aliás, ensina Aristóteles que a Política é a ciência mais suprema, à qual as outras ciências estão subordinadas e da qual todas as demais se servem numa cidade, sendo sua tarefa investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes de garantir a felicidade coletiva. Em sendo assim a política, então vamos todos assim tratá-la? Itabuna e os itabunenses agradecem!
Osias Ernesto Lopes é advogado e ex-secretário da Administração de Itabuna