ILHÉUS, SUL DA BAHIA – Visitando a região pela primeira vez, para participar do Festival do Chocolate Bahia 2023, em Ilhéus, o embaixador da Côte d’Ivoire (Costa do Marfim), Diamoutene Alassene Zié conheceu, em seu primeiro compromisso oficial, a Fábrica de Chocolate Bahia Cacau, localizada em Ibicaraí. A visita começou na segunda-feira (17), e se estenderá até a sexta-feira (21).

O principal diplomata no Brasil da maior nação produtora de amêndoas de cacau do mundo conheceu, até aqui, diversos processos de beneficiamento da amêndoa, o suficiente para formar – ou reforçar – um conceito que passou a repetir em todos seus encontros: que é urgente encontrar uma forma de valorizar o produtor, o elo mais fraco nesse processo.

“Em meu país, produzimos 43% do cacau do mundo, mas o produtor fica com apenas 5% de toda a renda advinda da cultura do cacau. Precisamos encontrar uma forma de mudar isso”, afirmou durante o jantar de recepção promovido pelo Cônsul da Costa do Marfim na Bahia, Carlos Eduardo Sodré.

Acompanhado ainda do Ministro Plenipotenciário da Côte d’Ivoire no Brasil, Lamine Kanté, o representante da nação marfinense defendeu maior aproximação diplomática e acordos de cooperação para intercâmbio de conhecimento visando ao sucesso desse objetivo. “O estresse dessa relação deve passar para o outro lado”, afirmou, referindo-se à mudança de polo (do povo para a indústria) das dificuldades hoje enfrentadas por seu povo, especialmente os agricultores familiares, que representam mais de 80% dos produtores do país.

Visita ao CIC

Na terça-feira (18), a comitiva visitou o Centro de Inovação do Cacau (CIC), localizado na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Lá, foram apresentados detalhes dos aspectos necessários para a fabricação de chocolate premium, principal foco das pesquisas realizadas ali. Foram explanadas informações sobre os principais aspectos geográficos, físicos, químicos e sensoriais buscados para a fabricação de chocolates finos.

A ideia do embaixador é apresentar modelos observados aqui para as autoridades reguladoras do cacau na Costa do Marfim, como sugestão para a redução das desigualdades na cadeia do cacau de que o país tanto se ressente. O CIC é um modelo de gestão em parceria público-privada que interessou à comitiva.

Ceplac

Ainda na terça-feira, o embaixador Diamoutane Zié conheceu a Ceplac, onde foi recebido junto com a comitiva pela diretora Lucimara Chiara, que apresentou um panorama da cacauicultura no mundo, no Brasil, além das atividades realizadas pela Ceplac.

Roteiro

Na quarta-feira (19), o grupo diplomático fará, ainda, uma visita à Fazenda Dengo (Grupo Natura), onde conhecerá o trabalho de excelência que ali se realiza; na quinta-feira participará do Forum Anual de Cacau e do “Salão do Chocolate”, mantendo ainda encontros bilaterais, paralelos, com entidades representativas da cacauicultura brasileira e produtores.

Até o fim da vista o embaixador Diamoutane Zié e o Dr. Lamine Kanté, terão conhecido, assim, ao menos quatro municípios: Ilhéus (Uesc, Ceplac, Centro de Convenção), Itabuna (Fazenda Dengo, distrito de Mutuns), Ibicaraí (fábrica Bahia Cacau, inaugurada por Geraldo Simões no primeiro governo Wagner) e Itapé (Principado do Estreito d’Água (Estiva de Itapé, “Barragem Horácio Sodré”).