Eduardo Maron Rihan
Que a cidade de Itabuna está entregue à sua própria sorte ou azar, todos sabem. O descaso em todas as áreas é visto, ouvido, percebido em todos os sentidos por todos os sentidos.
Essa caricatura de subadministração conseguiu o inusitado, o quase impossível: ser muito pior que todas as outras que a antecederam.
Mas os absurdos vão crescendo a cada dia, a cada momento, aniquilando até as previsões otimistas de alguns, que, esperançosamente, dizem: “Pior do que está? Não pode ficar!”.
Mas fica, vem ficando e vai ficar pior ainda!
Nunca se pagou tanto imposto no Brasil, nem no período colonial.
Mas os serviços públicos não servem. A polícia não policia. A medicina não socorre. A Educação deseduca. A justiça não é justa, é cega, surda e paralítica.
As filas se agigantam de véspera, nas madrugadas, mesmo sob a chuva, compactadas pelo frio da época, nos locais onde a população deveria ser, ao menos, dignamente atendida.
Que não há qualquer espírito cristão no serviço público, disso, todos sabem. Lá, o único desejo de servir é o de servir a si próprio. Uma forma concreta e palpável de egoísmo absoluto. Uma condensação incrível de quase todos os ditos “sete pecados” principais.
Não há mais esperança quando o assunto é o servir público. Muitos consideram caso perdido. Nada há a fazer, a não ser aceitar a todos os absurdos humilhantes que nos são impostos diariamente. A força do voto é esquecida e se transforma em motivadora de pilhérias e piadas sarcásticas.
Para alguns que professam alguma fé, a Igreja poderia ser um alento, um conforto, uma esperança.
Mas igrejas Católica, evangélicas e demais, não satisfeitas com os seus inúmeros escândalos recorrentes que denigrem a qualquer instituição, foram contagiadas também.
Ver padres, pastores, bispos ou rabinos com complexos, taras e deformidades mentais não é novidade. Pertencem à mesma categoria a que nós pertencemos, os seres humanos. Estão estatisticamente e biologicamente sujeitos a tais anomalias.
Mas quando as igrejas que se denominam cristãs, como um corpo único, que deveria ser o de Cristo, demonstram o total descaso pelos seus semelhantes, alguma coisa vai mal. Muito mal.
Ao que parece, os responsáveis por essas igrejas e seus membros estão levando a sério o “soar das trombetas” mesmo não sendo anjos.
Líderes religiosos se transformam em ridículos animadores de palco, impossíveis cantores e cantoras de trio elétrico, puxadores desajeitados de “cordão” e, impunemente, vão impondo, aos berros, a todos, mensagens absurdamente paradoxais – obviamente falsas – de amor e respeito.
Promovem e estimulam a algazarra, o barulho ensurdecedor e insuportável de milhares de decibéis e, não satisfeitos ainda, o amplificam para toda a cidade ao fazerem uso dos mesmos fogos usados pelos cartéis do tráfico de entorpecentes, que de “artifício” nada têm.
Perturbam a já quase inexistente paz, impossibilitando o ir e vir às nossas residências, impedindo o fluxo normal do trânsito e até a saída de ambulâncias do SAMU…
Não mais me refiro às normas de conduta cristãs, já que, visivelmente e explicitamente, não a possuem nem a cultivam, mas a qualquer que seja a norma de civilidade, cidadania e harmonia com seus vizinhos e semelhantes, em qualquer lugar do planeta.
Talvez eu até me junte ao bloco dos otimistas, àqueles do “Pior do que está? Não pode ficar!”.
Eduardo Maron Rihan é analista de sistemas, webdesigner, webmaster, consultor e assessor de TI, professor de Computação, Matemática e Estatística da Uesc, professor fundador do cursos de Licenciatura Plena em Ciências Físicas, Matemáticas e Biológicas e do de Ciência da Computação da Uesc; pós-graduado em Engenharia e Tecnologia Nuclear (UFRJ)