A indígena Juliane de Souza, que reside em uma aldeia na região de Olivença, zona sul de Ilhéus, trouxe a pequena Ana Júlia até o ambulatório do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, onde a recém-nascida recebeu a primeira dose de Palivizumabe. Trata-se de um anticorpo usado para prevenir doenças respiratórias em bebês, especialmente no período mais frio do ano. Assim como Ana Júlia, 29 outros pacientes ativos, todos nascidos prematuros, cardiopatas ou com doença pulmonar obstrutiva crônica, são beneficiados gratuitamente com este imunizante.
Enfermeira do Ambulatório do HMIJS, Iamara Fonseca explica que a aplicação do anticorpo reduz infecções entre lactentes e crianças menores de 2 anos de idade e reduz o risco e o número de internações hospitalares. O anticorpo está disponível na assistência farmacêutica do estado, todo ano, de fevereiro a julho, período máximo em que garante, na Bahia, a aplicação de cinco doses do imunizante. A pequena Ana Júlia retorna para a segunda dose no dia 22 de maio.
Quem tem acesso?
Pelo protocolo da Secretaria Estadual da Saúde, devem receber o medicamento crianças nascidas com idade gestacional de 29 a 32 semanas e 6 dias, com idade inferior a 1 ano (até 11 meses e 29 dias). Iamara explica que durante internamento nas UTIs do hospital, é gerado um relatório médico e a prescrição do anticorpo para os prematuros. Os responsáveis devem fazer o encaminhamento ao ambulatório que, imediatamente, solicitará a validação da dose à Sesab, a quem cabe a liberação do imunizante. “Por este motivo é fundamental a família manter um contato telefônico com a equipe do ambulatório, por que, em determinado momento após a alta médica, teremos que acioná-los para a aplicação da dose”, alerta a enfermeira.
O Hospital Materno-Infantil é referência na aplicação deste anticorpo no sul da Bahia. Na rede privada, uma dose do anticorpo custa, em médica, cinco mil reais. Para fazer parte da rede dos hospitais credenciados no Estado e oferecer gratuitamente o imunizante, o HMIJS cumpriu uma série de exigências técnicas, estabelecendo fluxos de atendimento, ações de fármaco vigilância, espaços para atendimento e área de preparo da medicação.
Referência
O Hospital Materno-Infantil é uma obra do Governo da Bahia, administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS). Tem 105 leitos de internação, sendo 10 de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e 25 de semi-intensiva; capacidade para atender urgências e emergências de toda a região; além de cinco leitos no Centro de Parto Normal Intra-hospitalar. Está estruturado para a assistência ao parto de risco, gestação de alto risco, cuidado intensivo e intermediário neonatal e cuidado intensivo e clínico às crianças. O funcionamento é 24 horas, com acesso por demanda espontânea e referenciada, integrada aos pontos de atenção primária.
A unidade tem porta aberta de maternidade, leitos de UTI neonatal e semi-intensivo, leitos de canguru e centro de parto normal. Para além disso, a unidade pediátrica consta de 23 leitos e mais 10 leitos de UTI pediátrica, que serão 100% regulados. Além da realização de partos e da internação, o hospital oferta atendimento ambulatorial especializado em pré-natal de alto risco, consultas especializadas em obstetrícia, cardiologia, enfermagem, nutrição e psicologia. A unidade funciona também como um polo de desenvolvimento de ensino, reunindo formação acadêmica, pesquisa e produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde.