Raimundo Santana | [email protected]
O governo municipal de Itabuna vive tentando transferir suas responsabilidades ao estado. A divulgação do município de Itabuna em primeiro lugar em mortalidade infantil no país, pela revista Veja, demonstrou as mazelas do governo Azevedo com a rede básica de saúde.
A atenção básica de saúde recebe recursos do Ministério da Saúde para que o município faça a prevenção de doenças, cuide das gestantes através da assistência neonatal podendo evitar, entre outros males, a mortalidade infantil.
A equipe de saúde do município não deveria deixar o prefeito se expor dessa maneira, mostrando desconhecimento do tema. Qualquer governo com contornos de seriedade convocaria a equipe de saúde em caráter de urgência para traçar um plano emergencial de saúde.
Ao invés disso, o alcaide age como se a atenção básica não fosse de inteira responsabilidade do município, que recebe cerca de dois milhões mensais para prestar os serviços de prevenção à população, mas não o faz.
Se esse município levasse a sério a saúde, já teria buscado regularizar as deficiências de funcionamento da atenção básica municipal, apontadas pelo Conselho Municipal de Saúde, a partir das visitas às Unidades de Saúde, onde constatou a falta de planejamento familiar, a precária assistência à saúde bucal e a frágil assistência à saúde mental nos CAPS.
São constantes a falta de medicações de uso continuado. As unidades, além de manterem mobiliários muito precários, estão com a estrutura física em péssimo estado. É obvio que tudo isso vai refletir nos indicadores que medem a eficiência dos serviços.
A atual gestão municipal já deu provas contundentes de que é incapaz de gerir com eficiência os recursos da atenção básica. E isso pode ser observado no descumprimento do TCG – Termo de Compromisso de Gestão, que sequer é levado a sério pela Secretaria Municipal de Saúde.
Em uma atitude delirante o gestor municipal fala em retorno da gestão plena da media e alta complexidade da saúde, quando não consegue dar conta da atenção básica. Em respeito aos usuários do serviço de saúde, penso que o momento é de apreciarmos no Conselho Municipal de saúde a possibilidade de remetermos também a gestão da atenção básica da saúde de Itabuna ao governo estadual.
Raimundo Santana é dirigente do Sintesi e presidente da Federação em Trabalhadores em Saúde do Nordeste.