Ipê, Mutamba, Pau Pombo, Saranduba e até Açaí. Essas e outras espécies da Mata Atlântica e da flora brasileira estão prontas para ajudar a recompor as matas ciliares do Rio Tororomba, no território da Aldeia Igalha do povo Tupinambá em Olivença. Com elas, começa um novo ciclo na preservação do meio ambiente na área da Terra Indígena (TI), num processo de restauração das nascentes e preservação dos corpos d’água ali existentes.

Esse processo está se desenvolvendo a partir do convênio BahiaGás/Biofábrica, que resultou, essa semana, na entrega das primeiras 1 mil mudas de essências florestais nativas a fim de restaurar, reabilitar ou plantar áreas de Preservação Permanente em conformidade com o Novo Código Florestal, especialmente por ser área prioritária de forte apelo socioambiental.

O convênio da BahiaGás com a Biofábrica, do qual é beneficiária direta a população indígena da Aldeia Igalha, prevê o fornecimento de 7 mil mudas, além de transferência de tecnologia para reprodução desses materiais pelos próprios indígenas. Isso será possível a partir da construção de viveiros, com objetivo de criar um banco genético para suprir as demandas da TI, bem como de outras áreas em que as matas estejam sob pressão.

De acordo com o presidente da Biofábrica, Jackson Moreira, o convênio com a BahiaGás possibilita a concretização daquilo que é muito caro não só à instituição que dirige, como a toda a sociedade nos dias de hoje, que é a observação do viés da sustentabilidade em todas as atividades produtivas.

“Esse processo, no qual a BahiaGás realiza uma ação de compensação ambiental dentro do bioma Mata Atlântica, se torna algo para além do mero cumprimento de obrigações ambientalmente corretas, e alcança aquilo que almejamos enquanto sociedade, que é deixar, onde tocamos, um legado de interação cultural”, avalia Moreira.

Para o dirigente, após a conclusão do trabalho, “esta comunidade terá a grata missão de perpetuar os conceitos e valores a que tiveram acesso nessa troca de experiências e conhecimentos. Antes de tudo, este convênio é um momento altamente educativo para todos nós”, conclui.

Convênio

O convênio prevê ações ambientais em 6,5 hectares, que serão restaurados, reabilitados ou plantados com 7 mil mudas de essências florestais e variedades frutíferas, a exemplo de cacau, goiaba, açaí, graviola entre outras. Serão beneficiadas 150 famílias. O trabalho é desenvolvido pela Biofábrica, que atua desde a produção das mudas até o plantio georreferenciado, com apoio da mão-de-obra da própria comunidade.

Ainda será qualificada força de trabalho da própria comunidade, que atuará como partícipe do projeto e, ao final dos seis meses do convênio, estarão aptos a dar continuidade ao processo de manutenção e recuperação ambiental de outras áreas. Será construído um viveiro para aclimatação das mudas, que, após finalizado o convênio, será utilizado pela comunidade, em um processo contínuo de preservação, conservação e recuperação ambiental na terra indígena.

Pelo convênio, as mudas serão plantadas em áreas de preservação permanente, devidamente georreferenciadas, preferencialmente às margens de corpos d’água e demais áreas de maior apelo sócio-ambiental. As ações devem seguir o que preconiza o Novo Código Florestal.