Não se trata de gosto exagerado ou vício em disputas. Alguns vereadores tentavam, desde o início do mês – conforme publicado antes aqui no Trombone – o golpe de uma nova eleição, para tirar a “prova dos noves” numa “melhor de três”. Não colou.
O presidente Clóvis Loiola deu outra canetada nessa esdrúxula tentativa, uma vez que a Câmara já tem, por assim dizer, presidentes demais para apenas uma mesa diretora. Tradução: Ruy Machado detém os votos, mas não terá a oportunidade de usá-los na nova eleição que propusera, inclusive por meio de protocolo. Roberto de Souza, tem aliados de maior peso.
E isso, senhores, é disputa política. Vence quem melhor se articula. Para nós, pobres mortais, uma porcaria que só. Para eles, experts, é a legítima disputa pelo poder num fim de legislatura que, consequentemente, coincide com as eleições municipais, em 2012. Não há santos, apenas políticos.
Nesse angu, caso se necessite, pode-se lançar mão de olhadelas ao Regimento Interno daquela Casa na hora de decidir qual eleição pode ser considerada mais legítima.
Nesse quesito, Roberto de Souza parece levar vantagem: foi eleito após mexida no Regimento autorizada pela totalidade dos vereadores – dos 13 que apoiaram a ação, 12 votaram em sua chapa para a Mesa. E, mais importante, ninguém reclamou, durante muito tempo.
Já a segunda eleição acumula várias denúncias de irregularidade relativas ao processo que garantiu sua realização. Essas irregularidades foram reconhecidas pela atual Mesa – não há santos, lembrai-vos – e pelo próprio propositor da mudança, o líder do Governo na Casa, Milton Gramacho, que admitiu as distorções no trâmite da matéria acusadas por Souza.
Assim, em termos de garantias, parece que Roberto as tem em maior número. Tanto que Ruy tentou a manobra da terceira eleição, como forma de legitimar essa segunda, ocorrida há menos de um mês, mas que parece já ter seu prazo de validade vencido.
O enredo é de gosto meio duvidoso, mas o filme até que é interessante. Aguardemos as próximas cenas.