Que o ex-todo-poderoso do governo ilheense Carlos Freitas perdeu grande parte de seu alardeado poder com a recente reforma administrativa, ninguém duvida. Mas, como ele era “amigo pessoal” do prefeito Newton Lima, todos acharam que o homem fosse entender a guilhotinada como necessária, afinal seria a oxigenação que a administração ilheense precisava.
Qual nada. Depois de ter capados alguns nacos de poder de sua antiga pasta, o homem entrou em parafusos: aliou-se ao presidente da Câmara, Jailson Nascimento, e outros vereadores amigos, e juntos formam um pelotão de artilharia contra o governo do qual são aliados.
Para o secretário de Desenvolvimento Urbano, Carlos Freitas, o seu colega do Governo, Alcides Kruschewsky, é o adversário a ser abatido. Assim, achou mais que natural, aliar-se à oposição, no episódio da reforma administrativa, para detonar o projeto.
O motivo, claro, era a perda de parte do poder, já que na reforma vários segmentos saíram de sua pasta para se tornar secretarias independentes. A parte de Obras virou a secretaria de Infraestrutura, além da Segurança, Transportes e Trânsito, e ainda parte do Planejamento. Foi a gota d’água. A reforma foi aprovada e os serviços agora fluem normalmente.
Nos últimos dias, com a lei de regulamentação da guarda civil, Freitas voltou à carga contra Alcides. Seguindo o mesmo roteiro, novamente se juntou aos vereadores amigos (mesmo sendo da base do governo) para propor emendas (irregulares) que aumentaram os salários de alguns guardas em até 320%.
Como o prefeito vetou esses artigos, Freitinhas recorreu, de novo, aos vereadores e ao presidente Jailson para derrubar o veto do prefeito e creditar a derrota à estratégia “errada” de Alcides.
Claro que ações desse tipo exigem respostas, dizem fontes do governo. No Palácio Paranaguá, é consenso que Jailton e Carlinhos devem, o quanto antes, ocupar lugar de destaque no vórtice do retângulo. Ou seja, devem mesmo ir para o escanteio, sem mais delongas.