Subiu para 26 o número de denúncias contra o médico Antônio Mangabeira, suspeito de abuso e importunação sexual na cidade de Itabuna, no sul da Bahia. De acordo com a Polícia Civil da cidade, nesta segunda-feira (5) foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Oncosul, clínica onde ele trabalhava. O suspeito segue em liberdade.
Os casos vieram à tona depois que uma agente de saúde denunciou ter sido abusada sexualmente durante uma consulta. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Itabuna, em 9 de julho. [Relembre caso ao final da matéria]
O suspeito já tinha outras três denúncias por importunação sexual. Com a repercussão do caso, outras mulheres foram até a Deam de Itabuna e prestaram queixa contra o médico. Assim como a agente de saúde, todas elas relataram que os crimes aconteceram durante atendimentos. Apesar disso, não foi informado se todas as consultas ocorreram na Oncosul.
A defesa do médico afirmou que está contribuindo com as investigações e disse que Antônio Mangabeira aguarda o momento de depor.
De acordo com a polícia, o suspeito ainda não foi intimado, porque o objetivo é que todas as vítimas sejam ouvidas antes. Não foi informado o prazo para ele depor na delegacia.
Relembre o caso
A agente de saúde contou que procurou o médico para investigar um desconforto no estômago e tonturas frequentes. Na segunda consulta, ela passou mal e teve a sensação de “algo diferente”, como toques e beijos.
“Eu vi o jaleco dele melado de batom, mas achei que, por estar tonta, era coisa da minha cabeça”, disse.
Na terceira consulta, ocorrida na terça-feira, ela confirmou o abuso sexual. Segundo Romilda, o médico tocou nos seus seios e parte íntima, e também a beijou.
“Eu percebi que era um abuso, que eu estava sendo abusada”, relatou. Ao sair da clínica, Romilda foi até a Deam de Itabuna e registrou a queixa. O caso é investigado pela Polícia Civil da cidade como estupro.
Outra vítima do suspeito é a empresária Carlessandra Dias Pereira, que procurou o médico no ano passado, após sofrer uma perda gestacional. Durante a consulta, o profissional tocou nas partes íntimas da empresária de uma forma que a deixou desconfortável.
“Como ele é médico, pensei que fosse um exame de rotina. Só percebi que foi uma importunação sexual quando ele pediu para ficar de pé e abrir os braços. Ele veio por trás, me abraçou, apalpou minha virilha e ficou se encostando em mim. Fiquei sem reação”, relembrou.
Por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informou que tomou conhecimento do caso através da imprensa e das redes sociais e abriu uma sindicância ex-officio para investigar as denúncias. (Com informações do g1)