Com registro de 1.400 casos de dengue clássica e 36 do tipo hemorrágica, de janeiro até agosto, Ilhéus enfrenta um surto de dengue, na avaliação da diretora da Vigilância Epidemiológica do município, Cássia Virgínia Brito. “Temos um surto menos grave, se comparado ao do ano passado, que nesse mesmo período já contabilizava 4.018 casos, mas é sempre preocupante porque já tivemos uma morte”, destaca Cássia Brito.
O índice médio de infestação domiciliar é de 4.3%, mas se eleva muito nas partes altas da cidade, principalmente no bairro do Malhado, na zona norte, que registra a metade dos casos da cidade. A única morte foi de uma moradora do bairro, em maio.
No Alto do Coqueiro, onde vivem em torno de 5 mil moradores, 13.1% das casas têm foco do Aedes aegypti. Por lá tem sido difícil conscientizar os moradores a tampar seus reservatórios de água e não deixar sujeira ou recipientes que possam acumular água, segundo o líder comunitário Weldelson Carlos Sete, que ontem participou de uma reunião na Vigilância Epidemiológica para traçar estratégias de ação na área.
A área é muito carente, não tem saneamento básico e é porta aberta para o vírus tipo quatro, o mais grave e que já está circulando em estados do norte do País, destaca Cássia Virgínia. Até na casa de uma professora, que poderia dar o exemplo, o tanque de água fica aberto. O Alto do Amparo, com infestação de 11.5%, também apresenta condições semelhantes para o agravamento da doença.