A pandemia do novo Coronavírus impôs mudanças na rotina dos ilheenses devido à necessidade de isolamento social para conter sua rápida transmissão, o que tornou as saídas para a rua cada vez mais raras, interferindo até na despedida dos falecidos, afinal, velórios costumam gerar aglomerações.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou regras sanitárias mais rigorosas para sepultamentos de vítimas do Coronavírus, tanto em casos suspeitos como confirmados. Ambos devem ser realizados com caixões lacrados e sem aglomerações de pessoas. Recomenda-se que o enterro ocorra com no máximo 10 pessoas, não pelo risco biológico do corpo, mas sim pela contraindicação de aglomerações.
Segundo o Manual de Manejo de Corpos no Contexto da Covid-19, elaborado pelo Ministério da Saúde, não é recomendado a realização de velórios e funerais de pacientes confirmados ou suspeitos da Covid-19 durante os períodos de isolamento social e quarentena. Caso seja realizado, manter a urna funerária fechada durante todo o momento, evitando qualquer contato (toque/beijo) com o corpo do falecido em qualquer momento post-mortem.
Além disso, a urna deve estar em local aberto ou ventilado e é claro, disponibilizar água, sabão, papel toalha e álcool em gel a 70% para higienização das mãos durante o ato fúnebre. O manual deixa claro que se deve evitar, especialmente, a presença de pessoas que pertençam ao grupo de risco para agravamento da Covid-19: idade igual ou superior a 60 anos, gestantes, lactantes, portadores
de doenças crônicas e imunodeprimidos.
Durante a cerimônia de sepultamento deve-se respeitar a distância mínima de, pelo menos, dois metros entre as pessoas, bem como outras medidas de isolamento social e de etiqueta respiratória. As funerárias e empresas de funeral da cidade estão cientes das normas e a pessoa responsável pela administração do cemitério também. Caso os familiares decidam por realizar o ato, deve durar apenas uma hora e poderá reunir, no máximo, dez pessoas.
Em Ilhéus, a limpeza dos cemitérios públicos também foi reforçada com a lavagem das áreas, que é feita duas ou três vezes na semana. Desde março último, o prefeito Mário Alexandre editou decretos com medidas restritivas, a fim de conter a disseminação da doença no município. “Se a gente começar a socializar, sair nas ruas, formar aglomerações em ruas e em locais públicos, isso será o combustível que o vírus precisa pra se disseminar”, alertou o prefeito.