Na segunda-feira, dia 18, o Conjunto Penal de Itabuna foi palco de mais uma edição de um verdadeiro festival em comemoração ao Dia da Consciência Negra, data histórica elevada a feriado nacional este ano pelo governo federal. O evento, promovido em parceria com o Governo do Estado da Bahia e a empresa cogestora Socializa, teve como tema “Igualdade na Diversidade”.

A abertura foi conduzida pelo diretor do CPI, Bernardo Dutra, e pelo Diretor do Colégio Estadual Adonias Filho, José dos Santos Junior. A programação foi intensa e diversificada. Ao longo do dia, o Colégio Estadual Adonias Filho realizou atividades como apresentações musicais, recitais de poesias, literatura de cordel e peças teatrais, envolvendo estudantes e reeducandos.

“Foi um evento importantíssimo, porque abrangeu as diversas manifestações religiosas, bem como integrou pessoas diversas nas inúmeras apresentações e palestras, respeitando o estado laico e a diversidade de etnias e de gêneros que compõem a população carcerária”, afirma o diretor Bernardo Cerqueira Dutra.

Destaque para a inclusão de homens e mulheres heterossexuais, homossexuais e transexuais, promovendo a integração da comunidade LGBTQIA+ em atividades socioeducativas em espaços de privação de liberdade, que constitui um avanço importante no combate ao preconceito e violência de gênero, além de oferecer inclusão escolar de populações vulneráveis.

 

A manhã contou com a palestra “O Negro na Sociedade Contemporânea”, ministrada pelo mestrando em Educação e Relações Étnico-Raciais pela UFSB, Robson Costa, além da apresentação do grupo de RAP Razzo e do segundo Batizado de Capoeira do Mestre Goiaba, que graduou 35 reeducandos e teve participação de diversos mestres de capoeira de Itabuna e cidades vizinhas. As apresentações de maculelê e samba de roda também animaram o público.

À tarde, o evento seguiu com um ciclo de palestras abordando temas como “LUGAR DE NEGRO/A: É TUDO PRA ONTEM”, com a representante do Movimento Negro Unificado (MNU), professora Maria Domingas Mateus de Jesus; “Racismo Institucional e Religioso”, com as professoras Jeane Martins Larchet, da Universidade Estadual de Santa Cruz, e Deliana Ricelli Ribeiro da Silva, do Movimento Negro Unificado; e “Por que falar de religião africana e afro-brasileira em todo lugar?”, com o professor doutor Ricardo Santos Dantas. Casos de preconceito e violência contra a população negra foram apresentados, reforçando a importância da discussão.

O período vespertino também contou com apresentações artísticas dos estudantes da Escola Municipal Lourival Oliveira Soares. O ator, poeta e comediante Lucas Oliveira encantou a todos com uma leitura dramática de textos da literatura afro-brasileira. Após a programação, os participantes puderam saborear comidas típicas afro-brasileiras como cuscuz de tapioca, caldo de aipim e o tradicional acarajé.

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Em colaboração com Andréa Meireles,coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Adonias Filho