O Conselho Municipal de Saúde de Itabuna não reagiu bem à proposta de destituição feita pelo deputado estadual Coronel Santana. O parlamentar, ainda desacostumado ao jogo democrático, entende que esse não é o colegiado de sua preferência, e lançou a proposta publicamente no último dia 12, durante audiência da Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa, da qual faz parte.
Ipsi literis, as palavras de Santana falam em “demissão” dos conselheiros pela Câmara Municipal e criação de um novo colegiado, com membros escolhidos ao sabor da vontade dele e de outros’notáveis’. Assim como o próprio Coronel Santana, os membros do CMSI que representam os usuários do SUS foram eleitos democraticamente, em eleição direta.
Hoje, o coronel da reserva, que não esquece a caserna, dá mostras de que gostaria de voltar a um tempo em que as coisas, inclusive as que envolvessem representação popular, eram resolvidas na base da indicação política, controlada com mão de ferro pelo seu superior civil, o ex-prefeito Fernando Gomes.
Em entrevista que concedeu a determinado veículo de comunicação, Santana já afirmou que culpa a Câmara Municipal pelo que ocorre hoje em Itabuna, na área de saúde. O raciocínio dele é o seguinte: a gestão plena da saúde virá assim que o CMSI der o parecer favorável; o Conselho foi empossado por uma ação direta da Câmara Municipal, já que Azevedo, que perdeu a disputa com os nomes que indicou, se negou a dar a posse; ora, mudando os membros, o governo teria um conselho dominado, que daria a plena em um estalar de dedos; logo, a culpa é da Câmara, que não deixou os atuais conselheiros quarando.
Aí, entra o ‘conhecimento jurídico’ de Santana: esse esquecimento do prefeito provocaria uma situação (não se sabe ao certo o que), talvez gerando a possibilidade de uma indicação de emergência, quem sabe de mais um ou dois parentes ou amigos do próprio Santana – como já ocorre no Hospital de Base. E tudo se resolveria.
“Queremos proteção contra esse deputado. O que ele propõe é um golpe contra a democracia e contra a sociedade”, diz um documento encaminhado pelo Conselho Municipal de Itabuna a diversos órgãos, do Conselho Nacional de Saúde à Câmara Municipal de Itabuna, passando pela Assembleia Legislativa e Ministério Público Estadual e Federal.
Informações do Agora na Rede