Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
Revista Cultural
Circulou na quinta 20, o primeiro número do eletrônico Jornal Itabuna Cultural & Arte, editado por Ari Rodrigues – e-mails para [email protected] – “um portal completo com conteúdo específico sobre a nossa cultura”. Na primeira edição Edgar Navarro, Ritinha Dantas e Eva Lima, notícias do 1º Festival de Cinema Baiano e do 1º Carnaval Cultural de Ferradas proposto pela ACODECC.
Auguramos sucesso à iniciativa!
Daniela Galdino
www.operariasdaruina.blogspot.com disponibiliza os textos de Daniela. Um alimento para a alma.
Triste região cacaueira!
Itabuna e Ilhéus – e limítrofes – em que pese tão próximas entre si, não se beneficiam das novas regras da ANATEL que eliminam o interurbano nas localidades que integrem Regiões Metropolitanas (RM) e Regiões Integradas de Desenvolvimento (Ride). Na Bahia somente a RM de Salvador e Juazeiro, na Ride Petrolina (Fonte: g1.com.br/jornalhoje).
Não somos reconhecidos nem como Ride. E não vemos mobilização para consolidarmos o proposto no Ato das Disposições Transitórias da Constituição Estadual.
Sede própria I
O Presidente da Câmara, Ruy Machado, em conversa com este escriba afirmou o propósito de construir a sede do Legislativo. E que viajará a Brasília para contatar políticos com os quais mantém relacionamento visando a transferência de recursos da União para o Município que possibilitem a viabilização do projeto.
Se realizar o anunciado inegavelmente inserirá o nome na história da Casa do Povo como administrador.
Sede própria II
Famoso por seu rigor com dinheiro público e exemplo de austeridade Manoel Acilino, então Presidente da Câmara, devolveu ao Executivo 500 mil não gastos no curso de um ano da administração da Casa.
Houvesse investido na construção da sede própria liberaria o restante do prédio, onde atualmente a Câmara funciona, para a FICC, limitada em seus projetos em razão do reduzido espaço.
Os louvores e reconhecimentos de toda uma classe artística poderão ficar com Ruy Machado.
Incompetência I
Em entrevista concedida à semanal Contudo o ex-secretário de Administração, Gilson Nascimento, indagado sobre o que achava de Carlos Burgos, afirmou: “A grande crítica que eu deixo para ele é que ele não investiu pesado na arrecadação de recursos próprios, ficou preocupado só com os recursos externos”.
A informação de Gilson pode ser traduzida simplesmente como “incompetência”. Afinal, os recursos externos estão contidos no universo das transferências governamentais, fixadas constitucionalmente.
O que poucos sabem é que os municípios podem superar 40% de arrecadação própria (INSS, IPTU, Taxas e Contribuições) com uma competente gestão, o que significa atualização cadastral, combate à corrupção em setores vitais como arrecadação de Tributos e Licenciamento de Obras.
Incompetência II
À guisa de ilustração, quando Geraldo Simões assumiu em 1993 a arrecadação própria não alcançava 4% da receita; ao deixar o governo estava na casa de 27%. Em Itabuna a maioria dos abastados não recolhe suas obrigações tributárias. Alguns exercitando, inclusive, a nefanda política do “terreno de engorda”.
Atualmente, por força da Lei de Responsabilidade Fiscal, o município está obrigado a executar a Dívida Ativa – que, por sinal, não existia antes de GS, visto que foi implantada em 1994.
A considerar o dito por Gilson Nascimento, a prescrição ajuda os maus pagadores, aliada ao descaso de Burgos para com a arrecadação própria.
Água e esgoto
São promessas de todos os candidatos, água e esgoto para todos como compromissos administrativos mundo a fora. Integram propostas da ONU, são soluções para a redução com gastos em saúde (para cada real aplicado em saneamento economiza-se 4 em despesas com saúde).
Neste Brasil macunaímico e surrealístico há água e esgoto para todos: basta chover!
Raimundo “Tico-Tico”
A morte de Raimundo Borges ficaria despercebida no curso dos próximos anos não fosse um emblemático espaço por ele criado em 1950 e mantido pela família: a “Cantina Tico-Tico”, na Almirante Tamandaré, nos limites do Jardim do O, que integra o universo dos ícones itabunenses ao lado do “ABC da Noite”, da “Lavanderia Oriental”, da “Sorveteria Danúbio”, do “Café Pomar”, do “Katikero”.
A “Cantina Tico-Tico” é um legado de Raimundo Borges à cidade que amou e serviu.
Tremei!
Aguarda-se o lançamento de “Os Porões da Privataria”, de Amaury Ribeiro Jr., pela Geração Editorial, Nitroglicerina pura a estourar no colo de tucanos de alto coturno, das relações de Serra com Daniel Dantas (e… surpresa!) até Antônio Palocci, incluindo a tal quebra do sigilo fiscal promovida pelos adeptos de Aécio Neves para defender sua pré-candidatura das investidas de José Serra, que o tucanato denunciou como iniciativa da campanha de Dilma. A COELBA está entre os negócios da turma.
Para maiores detalhes “A pedidos: o livro que desnuda Serra, Dantas e a privataria”, de 7 de outubro de 2010, em http://www.conversaafiada.com.br/
Nada melhor do que um dia depois do outro.
Bastidores
Adroaldo Almeida, prefeito de Itororó, nos holofotes. Pretendente a AMURC consensuou com Cláudio Dourado, alimentando inclusão na chapa única de Caetano para presidente da UPB.
O que pode estar por trás de tudo é uma disputa interna dentro do PT por espaços, envolvendo Geraldo Simões, Josias Gomes, Guilherme Menezes… Geraldo disporia de um quadro de confiança (Adroaldo) bem coladinho a Luiz Caetano. Que dizem internamente não ler na mesma cartilha de Geraldo.
Aguardar o desfecho para avaliar o sucesso de cada um.
Endoidou
Ferreira Gullar, no caderno Ilustrada da Folha de São Paulo da semana passado, assumindo um papel que o leva ao ridículo – por ser quem é – iguala Lula a Médici no que diz respeito aos índices de popularidade de cada um no final do governo. Beirando a insanidade, o perseguido político e exilado Gullar, pelos desvãos da paixão desprovida de conteúdo poético, não consegue pautar-se na racionalidade quanto aos momentos político-institucionais de cada um – ditadura (“ditabranda” para a FSP) e democracia – tornando-os paradigmas de uma unidade inexistente em todos os aspectos.
E nem falemos que enquanto Lula, reeleito pelo povo, elegeu sua candidata, Médici (ditador) dos anos de chumbo tomou “chumbo” na eleição de senador em 1974 em 16 Estados (oportunidade para reler “As 16 derrotas que abalaram o Brasil”, de Sebastião Nery).
Parece-nos que alguns intelectuais só adquirem lucidez quando em fuga.
Termômetro
Os técnicos desconhecem este referencial: muitas atividades comerciais, inclusive em alimentos, podem planejar seus investimentos mais imediatos pesquisando no Centro Comercial. É o que nos disse um comerciante, que o “consulta” para saber como está a situação: se no Centro não estiver bem, se não circula mercadorias a contento, põe as barbas de molho.
Saulo Pontes I
Possibilidade de o engenheiro Saulo Pontes assumir a Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia-DERBA. Deixaria, assim, o DNIT – órgão federal – para assumir o estadual. Considerando a experiência do respeitado engenheiro cremos que muito ganhará a malha viária do projeto intermodal.
Sob pena de atropelar o tráfego no eixo Itabuna-Ilhéus – o que inclui a Ilhéus-Itacaré e seu limitado piso para o transporte pesado – não tenhamos dúvida de que o complexo viário que repercute no projeto ferrovia, porto e aeroporto exige um grande investimento que envolve sofisticado circuito de anéis e semi-anéis rodoviários, para evitar que a malha urbana e a interurbana Itabuna-Ilhéus sejam sacrificadas.
Saulo Pontes II
Cremos que muito há de planejado por Saulo Pontes (ex-gestor do mesmo DERBA) neste projeto grandioso, que surpreenderá a região, que ainda não o dimensionou em sua total extensão.
A duplicação da Itabuna-Ilhéus é fichinha diante do que está por vir e a tornará apenas uma sofisticada avenida. Grandes anéis praticamente isolarão as duas cidades do tráfego pesado circundando Itabuna quase que totalmente, abrindo espaço para que os veículos de carga cheguem ao porto sem causar qualquer dano aos perímetros urbanos.
Santa Casa
O anúncio de greve por funcionários do complexo hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna trouxe explicações: atraso nos repasses do Estado, através da SESAB (não nos convence a justificativa de “falta” de orçamento, por ser início de novo exercício financeiro, além de que se refere a dezembro/2010). E a afirmação de que os fornecedores e os médicos estão em dia.
Este último aspecto – o pagamento dos médicos em dia – nos permite concluir que houve intervenção de Hipócrates, em nome de quem juram servir.
Como funcionário não jura Hipócrates dá nisso!
Emergentes I
Cada administração traz personagens que vão assumindo espaço no curso do processo de gerir os destinos do município. Alguns emergem da força do cargo que assumam; outros, por se tornarem ou se fazerem alvo da observação. Anônimos antes, tornam-se referências no cotidiano. Positivamente, alguns; outros, com suas mazelas. Uns, no palco como atores; outros, como coadjuvantes roubando a cena aqui e ali.
Na administração Azevedo parece-nos que nos dois primeiros anos destacaram-se Gilson Nascimento, Carlos Burgos e Joelma. O primeiro pelas posições assumidas; o segundo, pelo controle que exerce sobre a administração em razão de dispor da chave do cofre; e a terceira, como a pessoa próxima do Prefeito.
Cada um avaliado conforme o conceito tributado pela imprensa e a criteriosa avaliação do povo.
Emergentes II
Nestes 20 anos a maior ruptura no processo de inserir novos atores na cena da administração itabunense, em razão do número, ocorreu na gestão Geraldo Simões (1993-1996), com forte influência do emergente sindicalismo ceplaqueano, donde o próprio prefeito tinha origem: João Manoel Afonso, Josias Gomes, Eduardo Barcelos, Adeum Sauer, Silvano Silvério, Claudinei Castanha, Emanoel Acilino.
Cada um a exerceu na construção daquela ruptura político-institucional, alguns alçando voos mais altos, como Josias, Adeum e Silvano Silvério.
Com Azevedo somente Gilson Nascimento tende a voar.
Cuidado!
Tanto anunciam que não se torna surpresa. Mais 0,5% na SELIC, no entanto, não convence, a não ser os vendilhões do templo do sistema financeiro à espera de um Cristo indignado a la Pasolini. A desculpa de controle da inflação, incluindo a sempre sazonal alta de alimentos, não traduz o instante. Afinal, duas vertentes se afiguram no imediato: 1. alta de preços atrelada ao universo internacional, demandando por alimentos em razão das crises, inclusive climáticas, externas, o que foge do controle interno através de políticas monetárias; 2. as primeiras avaliações dão conta de redução nos preços e visualizam queda nos índices que medem a inflação.
Lição seiscentista
Como esta coluna nem sempre se apropria dos fatos para analisá-los ou esclarecê-los, cumpre seguir a sua vocação e registrar o achado que justifica o rodapé: afastada a clássica justificativa de que a especulação continua dominando e faturando, os bruxos do governo Dilma – contrariando sua promessa de redução dos juros a patamares civilizados – ao elevá-los aplicam lição extraída de “O Príncipe”: o mal que tiver de fazer, faça-o logo. Afinal, para uma gente de memória curta há tempo para esquecer!
Banda larga
Anunciada a liberação, pela ANATEL, da licença para a TELEBRÁS oferecer banda larga no país.
Incomoda! Se não ocorrer piada de brasileiro.
Piada de brasileiro
Matéria de “A Tarde”, de Donaldson Gomes e Jorge Reis (“CREA e bombeiros responsabilizam Oi por incêndio”) desta sexta-feira 21 sinaliza para a responsabilização da Oi no natalino incêndio – o presente de grego que ainda nos incomoda – o que para nós não é novidade alguma, como adivinhamos no DE RODAPÉS E DE ACHADOS de 26 de dezembro (Paranoia I e II).
Apenas para ilustrar o sistema em nosso entorno e que nos entorna trazemos a navalha de Paulo Henrique Amorim neste sábado 22, em www.conversaafiada.com.br:
“Como se sabe o BNDES é o arquiteto da BrOi. BrOi, também conhecida como a P-36 do Governo Lula.
Proximamente a BrOi será formalmente vendida à Portugal Telecom. Será a consumação do naufrágio.
Concebida para ser uma “global player” brasileira a concorrer nos mercados dos Estados Unidos, da Europa e do Japão (e vencer), a BrOi terminará melancolicamente como parte do portfólio dos investidores portugueses no Brasil.
Não sem antes ter enriquecido o Daniel Dantas – o passador de bola apanhado no ato de passar bola – que levou para casa um cala-a-boca de US$ 2 bi para sair da BrOi.
E os empresários Carlos Jereissati e Sérgio Andrade, que não botaram um tostão do próprio bolso no negócio e levaram para casa uns trocados.
E os baianos que se lixem.
Viva o Brasil !”
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Cantinho do ABC da Noite
Início de temporada futebolística Brasil a fora. Neste 2011, dos 80 anos de Cabôco Alencar dia 2 de fevereiro, não custa saber qual o time – e a razão por que – de sua preferência:
– Torço pelo Olaria, Cabôco. E justifica:
– É mais prático; pelo menos arranjo um tijolo para jogar no juiz ou no torcedor do time adversário.
Depois de tudo
Rir pra não chorar!
Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum