Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
Fábio Lago
A iniciativa do ator ilheense Fábio Lago de engrossar a corrente de apoio ao complexo intermodal reflete, antes de tudo, compromisso para com a sua região.
Sua defesa, mais que a equilibrada posição de um cidadão, é a consciência de toda uma comunidade que espera há décadas investimentos que a façam superar a crise em que se enveredou por causa da monocultura de plantation chamada cacau.
Não será surpresa
Canta um passarinho que Wenceslau Júnior assumirá o mandato na Assembléia Legislativa.
Vitória de Pirro
A afirmação do Secretário Jorge Solla de que a gestão plena somente se consolidará com a anuência do Conselho Municipal de Saúde atende a uma das exigências legais. A considerar as denúncias veiculadas pelo Conselho, que acompanha de perto a crise itabunense, o alardeado anúncio oficial da retomada pode se constituir numa vitória de Pirro, caso não se torne tão imediata como faz parecer o anunciar.
Se outros mecanismos não interferirem – políticos por excelência – o Município precisará mostrar a que veio. Em outras palavras, gastar com a saúde.
E seria recomendável agilizar uma outra medida: apurar e publicizar os desvios denunciados.
Eleição que valerá ouro
Na eleição para o Conselho Municipal de Saúde a luta será não só intestina – disputa de grupos e partidos – mas fundamental para o projeto municipal de retomada da gestão plena.
Vitória e repercussões
Ainda que não nos convençam os argumentos desta súbita melhoria nos serviços de saúde de Itabuna, focados no referencial maior que é o Hospital de Base, para justificar a retomada da gestão plena, não pode ser negado que há vitoriosos: Azevedo e Magela.
De imediato a Azevedo será tributada a sua competência em “descobrir” Magela. E espaço para o(s) deputado(s) que se propagam pais da criança.
Derrota
Nesse imediato quem perde é a oposição liderada por sua expressão maior, Geraldo Simões. Não que o tenhamos como defensor do caos, mas evidentemente o caos na saúde constituiria um forte componente do discurso do candidato petista em 2012.
E não seria um discurso qualquer. Não esqueçamos que GS implantou a gestão plena, inclusive com apoio do atual Secretário Jorge Solla, que a consolidara em Vitória da Conquista. No entanto, o dístico da campanha fernandista em 2004 girava em torno de Saúde e Emprego.
O povo não compreendeu o que Geraldo fizera, a proposta e os avanços concretizados, os benefícios que adviriam e preferiu a promessa do retorno dos “carrinhos da saúde” de Fernando Gomes.
O custo disso é irrecuperável.
Discurso água abaixo
Mas, retornando ao discurso da campanha de 2012, temos que no âmbito da saúde GS e o PT o perdem nesse instante.
Até porque enquanto ninguém lembra do trabalho de Geraldo na área, Azevedo será observado como aquele que recuperou a gestão plena, ampliou recursos, conseguiu mais UTIs para o HBLEM.
Para refletir em 2014
Considerando que a tendência há muito anunciada é de Azevedo integrar a base do Governo Wagner a repercussão alcançará 2014, na eleição para governador. Caso o candidato de Wagner seja Luiz Caetano – cujo grupo não se bate bem com Geraldo Simões ou vice-versa – ampliada fica a base de votação em Itabuna em favor da continuidade administrativa e um GS constrangido apoiará e elogiará as virtudes do desafeto, engolindo o sapo Caetano. Isso porque não cremos que GS abandone o PT, onde tem e fez história.
Mas, certo é que os ventos não estão ajudando Geraldo Simões.
E não há feijoada que compense.
Fogo amigo(?)
Essa de fazerem divulgar que entre petistas circularia que o vereador Claudevane Leite não compareceu à feijoada de Geraldo Simões/Juçara Feitosa por temer “indigestão política” dimensiona o clima de insatisfações internas no PT.
Imaginemos se alguém resolver espalhar – maldosamente – que no ameno ambiente da feijoada houve conflitos e discussões. Ou que muitos convidados não deram as caras.
Melhor fogo muy amigo não há.
Não será o caos
Entrevista de ACM Neto com referências satisfatórias ao período Lula não nos causa surpresa. Até porque, menos surpresa nos causará se o DEM, em futuro não tão remoto, se alinhar com o Governo sob alegação de que sua política econômica está afinada com a do programa do partido.
O caminho está posto enquanto o DEM vai-se tornando em frangalhos. E ficamos a aguardar o que ocorrerá em Itabuna.
Murilo Brito
Atual Articulador do Partido dos Trabalhadores o jovem Murilo constitui-se numa esperança para muitos que o acompanham desde sua vigorosa atuação na representação estudantil. Membro da Executiva Estadual caminha para consagrar-se como político de bastidores por sua atuação sóbria e sempre em defesa dos interesses do PT.
No momento, congrega muito mais do que alguns próceres locais.
Baque
Nenhum dos ativistas contrários à utilização da fusão nuclear como fonte de energia imaginaria um argumento a favor nesta dimensão.
Japão é o argumento deles!
Quão limitados
Não fora mais uma lição da Natureza e das forças incomensuráveis que fogem ao controle do Homem, a sequencia de desastres no Japão, culminando com um vazamento de radiação nuclear que atingiria o nível 6 numa escala de até 7 (ainda que as autoridades japonesas houvessem admitido 4 e já chegam a 5) http://www.advivo.com.br (O Nível do Acidente Nuclear Japonês, de 15 de março). O de Chernobyl alcançou o máximo, para dimensionarmos a tragédia do japonês.
Não bastasse a catástrofe em si e a terceira potência mundial não dispõe de meios para sustentar-se, tamanha a dimensão do desabastecimento.
Aí é a tragédia do pensamento econômico.
Para não esquecer
E não nos esqueçamos de que uma cápsula de Césio 137, manipulada indevidamente, matou e causou seqüelas em centenas de goianos. Tempo de rever “Césio 137”, do cineasta baiano Roberto Pires.
Da tragédia à poesia
Para que o homem não descure de suas limitações ao manusear as forças da natureza e, mais que isso, compreender que como espécie foi privilegiada. Tanto que há poetas no mundo, como Vinicius de Morais, melodistas como Gerson Conrad e Ney Matogrosso/Secos e Molhados para cantar a tragédia humana
“Rosa de Hiroshima”, para ver, ouvir e não esquecer.
Arrogância e prepotência
Temos como uma humilhação algumas atitudes do “universo” Obama/EEUU em sua passagem por Brasília: 1. determinar em território brasileiro o ataque à Líbia, quando o Brasil se abstivera no Conselho de Segurança da ONU a respaldá-la; 2. revistar Ministros de Estado brasileiros que ouviriam Obama no Centro de Convenções.
Impedir o povo de se aproximar faz parte de quem se acha rei da cocada preta.
O incidente da retirada dos Ministros indignados do Centro de Convenções somente vimos noticiado por Boechat no Jornal da Band.
Augusto Castro I
Ressaltamos recentemente (“Visibilidade”, de 06.03.2010) a ação do deputado domiciliado em Itabuna por sua iniciativa de instalar uma Comissão na Assembleia Legislativa para discutir o complexo intermodal.
No entanto, a considerar o que lemos neste O TROMBONE (“Augusto Castro esclarece”, de 17 de março) o tucano não se aparenta suficientemente assessorado para discutir uma outra questão: os limites entre Ilhéus e Itabuna.
Augusto Castro II
A questão não passa tão somente por “ratificar” limites existentes, mas por viabilizar, o que se torna imperativo, a revisão de limites.
Um argumento de imediato se impõe: não fora a instalação de complexo comercial no entorno de Itabuna e o tema não se tornaria candente. Por outro lado, se não a dimensão do que representa Itabuna como pólo de convergência regional, as empresas não se instalariam onde o fizeram.
A hora é de decisão.
ABC de Deputado
Cabe a qualquer iniciante em alguma coisa descobrir o que norteia a sua atividade. Para o deputado estadual, o ABC e Cartilha são, respectivamente, a Constituição Estadual e o Regimento Interno. O primeiro, para saber o que pode e o que não pode; o segundo, para aprender como fazer.
O que é necessário…
Neste O TROMBONE já escrevemos (“A imperiosa necessidade de uma revisão territorial”, de 11.07.2010) e temos repetido: é imperativo a revisão dos limites entre Itabuna e Ilhéus. A praieira não consegue administrar o Salobrinho. Abandona áreas turísticas como as margens da Ilhéus-Olivença onde parte se encontra sob a tutela do lixo e dos alagamentos. Como teria condições para fazê-lo no entorno de Itabuna?
Restaria indagar, no plano da legalidade, o que poderia ser feito. Sob esse viés tenha-se que limites são fixados, portanto alteráveis conforme as circunstâncias. Como premissa remota se diferente o fosse não seria possível a emancipação de um distrito, porque alteraria o limite do município que lhe deu origem.
… e imperativo
Portanto, qual a solução? Simples e está nas mãos da Assembléia Legislativa. Para tanto basta que os senhores deputados estaduais, especialmente os que dizem representar os interesses da região ou de Itabuna em particular, abandonem o ti-ti-ti da politicagem e leiam – ou determinem que seus assessores o façam – a Seção II do Capítulo I do Título IV, que trata “Das Competências da Assembleia Legislativa”, onde encontrarão no Inciso IV do artigo 70:
Art. 70. – Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do governador, legislar sobre todas as matérias de competência do Estado, especialmente sobre:
…
IV – Limites do território estadual e bens do domínio do Estado, bem como criação, fusão, incorporação, desmembramento e extinção de municípios e fixação de seus limites.
O resto é conversa ou amadorismo político. Que dispensa Comunicados, Esclarecimentos ou Notas Oficiais.
A propósito de “Os derrotados também véve”
“Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional no governo Lula, e José Maranhão, ex-governador da Paraíba, pretendem ser nomeados para vice-presidências da Caixa Econômica Federal. Orlando Pessutti, que por seis meses substituiu Roberto Requião no governo do Paraná, quer uma diretoria do Banco do Brasil. São todos do PMDB, derrotados em outubro e em busca de compensações. A pergunta é que contribuição poderão levar aos dois estabelecimentos financeiros federais. Na verdade, muito pouca. Imaginam, mesmo, formar bases de influência política para retornarem nas próximas eleições.
“Objetivos Ocultos”, de Carlos Chagas, na Tribuna da Imprensa on line, de 15 de março.
Pagando para ver
Considerando o “Quero o PMDB junto com o PT em Itabuna” deste O TROMBONE (dia 19), não fosse o jogo de cena, pode ser afirmado que Geraldo Simões (autor da frase, que integra entrevista concedida ao AGORA) trabalha com o surreal para a campanha de 2012.
Basta que entenda o leitor a quem precisa convencer: Renato Costa, Fernando Gomes, Gedel Vieira Lima.
Como não há missão impossível em política, apenas pagamos para ver.
Itororó
A Comarca de Itororó retorna a insegurança de não dispor de um magistrado que a assista. A saída do Juiz Substituto Dr. Régio Bezerra Tiba Xavier (titular em Canavieiras) novamente deixa a comunidade dependente da boa vontade dos que descubram a terra da carne de sol e por ela se interessem.
O lamento de advogados e população gira em torno da inteira falta de prestígio da política local para reivindicar em torno de titulares tanto para o Ministério Público como Juiz da Comarca.
Que já teve magistrados do quilate de Dr. João Pinheiro de Souza e Dr. Sales Brasil
Não gostou
O prefeito Capitão Azevedo não assimilou as críticas feitas ao estado em que se encontram a Saúde e a Segurança pelo Bispo Diocesano Dom Ceslau Stanula, no curso das comemorações do Padroeiro.
Uma coisa é certa: se Dom Ceslau criticou a coisa não anda bem e as ouças do prelado devem estar queimando de queixas confessionárias.
Mas se Azevedo não gostou, imagine se em vez de Dom Ceslau no púlpito estivesse Dom Paulo Lopes de Faria?
(Foto: Pimenta)
Não é anedota III
Terceira etapa da série de nomes de novas agremiações religiosas, surgidas para o mundo só em 2010. Mais pérolas: Igreja Pentecostal Marilyn Monroe; Igreja Pentecostal Alarido de Deus; Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes; Igreja Pentecostal Esconderijo do Altíssimo; Igreja Batista Floresta Encantada.
Continua na próxima semana.
Jornal Itabuna, Cultura & Arte
Em tempos de antanho diríamos “nas bancas” a 7ª edição do eletrônico Jornal Itabuna, Cultura & Arte. Ariston Caldas, Carmem Modesto, As Sapekas, Luise Viana, a 3ª edição do Festival de Curta Metragem de Itapetinga e a novidade anunciada pelo empresário Paulo Costa, dentre outros temas.
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Cantinho do ABC da Noite
Para Alencar Pereira conversa de boteco “é como rama de maxixe, não acaba nunca”. Atendo ao maxixal vai colhendo o cotidiano para o estoque de sapiência. Muitas de suas ponderações tornaram-se clássicas, marca do ABC da Noite, como a surgida no dia em que alguém lhe perguntou se poderia “emprestar” certa importância.
A resposta ficou nos anais da casa:
– Eu e o banco, Cabôco, temos um acordo: nem eu empresto dinheiro nem ele vende batidas.
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum