Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé define tudo e pode ir um pouco além.
Adylson Machado
Estadualização
Profissional da Medicina, em defesa da estadualização da administração do Hospital de Base: a experiência não foi oportuna, por faltar uma cultura do que seja a municipalização da Saúde, que refletida está, mais visivelmente, naquele hospital, dirigido recentemente até por ex-proprietário de funerária.
Afastando o período em que Paulo Bicalho administrou a Saúde itabunense – continuou – o município não demonstra preparo para gerir o processo.
Não disse, por recato, que o problema não está necessariamente na cultura para a municipalização, mas no patrimonialismo que norteia a “cultura” de alguns dirigentes: de que a coisa pública é privada, quando não fazer privada (d)a coisa pública.
Produtividade
Não deixa de ser um “achado” bastante singular: “paralisar” em feriado! Pois os agentes de trânsito de Itabuna fizeram paralisação de advertência no 7 de Setembro, alegando o não recebimento de direitos, dentre eles a “produtividade”.
Considerando que produtividade está vinculada a conteúdo econômico, como um plus na apropriação da mais-valia pelo detentor do capital, melhor seria a valorosa corporação explicar como alcança a produtividade.
Aguardamos a confissão!
Oportunidade perdida
Lemos sobre homenagem a Adelindo Kfoury, prestada por entidades locais, na FTC, sexta 10, quando o homenageado palestrou.
Perdeu-se excelente oportunidade de indagar ao homenageado sobre o que sabe do acervo de Dantinhas (fotos etc.) que anda desaparecido desde que o doou a uma instituição local.
Contenção de despesas
No contingenciamento de despesas efetivado pela Prefeitura de Itabuna, nenhuma recomendação sobre o corte de diárias. Se o há é desconhecida por determinada instituição municipal com status de secretaria.
A propósito dessa instituição, um grupo viajou para o Sul do País, durante uma semana. Não se sabe se regado a diárias. Se não o foi, espera-se que tenha havido o desconto dos dias não trabalhados.
A propósito I
Temos acompanhado, com as desconfianças de sempre (conhecidos os métodos da grande imprensa e de algumas redes de televisão), o imbróglio da quebra de sigilo fiscal de membros do PSDB, quando já despontam denúncias de violação até em Minas Gerais.
E poucos lembram dos conflitos internos do PSDB para a definição de candidaturas (Aécio Neves versus José Serra), quando aliados de cada uma levantavam dados visando desqualificação que levasse à desistência da outra.
Temos que se as apurações se aproximarem do PSDB o assunto morrerá na grande imprensa. Da mesma forma como a história do mensalão (na verdade, Caixa 2) quando se descobriu que tudo começara com o PSDB mineiro de Azeredo, com o mesmo Marcos Valério e o mesmo Banco Rural.
Os nomes que surgem são citados pelo repórter Amaury Ribeiro. E, ao que parece, não há nenhum santo, incluindo filha, genro e primo de Serra.
A propósito II
Para entender a citação do nome de Amaury Ribeiro e melhor compreensão do que discorremos acima, leia o que se encontra disponibilizado n’ O TROMBONE, reproduzindo do Contexto Livre a “Verdade sobre a quebra de sigilo” (Política).
Daniela Galdino
Dois textos de Daniela Galdino (Bahia das Candidaturas Hereditárias e Bahia das Candidaturas Conjugais) circularam eletronicamente com interessantíssima abordagem e valiosa contribuição ao eleitor.
Mania nacional, por sinal! Que na Bahia toma corpo.
O medo
O maior temor de considerável parcela da grande mídia com a possível eleição de Dilma Rousseff não residiria nas políticas de governo, uma vez que a candidata tem reiterado a continuidade do projeto encetado por Lula, que muito bem atende aos interesses do grande empresariado, dos bancos, da especulação financeira, pacificados todos com a “Carta aos Brasileiros” de 2002.
O medo mesmo – o boato rola por aí – é que a candidata, na cátedra do poder, para cortar gastos públicos, reduza os recursos da propaganda oficial do governo e das estatais para rádio, jornais, revistas e televisão.
O que, no fundo, gostaríamos de ver. Mas… só vendo!
Novidade na Santa Casa
A Santa Casa noticia a aquisição de moderno “arco cirúrgico digital”, instrumento capaz de encurtar o tempo e facilitar cirurgias nas áreas de Ortopedia, Neurologia e Angiologia, dentre outros, dando maior segurança aos procedimentos. Não há informações do custo e da fonte dos recursos.
Considerando a queda de braço entre a SCMI e a Secretaria de Saúde do Estado, centrada em recursos financeiros, seria interessante que a Santa Casa informasse ou respondesse as seguintes indagações: 1. Quanto custou o aparelho; e 2. A fonte de recursos para a aquisição: próprios, da iniciativa privada ou do Poder Público.
Mudo e calado fala
O Secretário Municipal de Saúde, Antônio Vieira, atacou a iniciativa dos itabunenses que defendem a estadualização do HBLEM, apesar de o município reconhecer repasses estaduais na ordem de 1,5 milhão mensais e não estar cumprindo a sua parte, alegando falta de recursos.
Interessante que, na presença do Secretário Jorge Solla, dia 1º, em que pese bem ao lado, Dr. Antônio Vieira entrou mudo e saiu calado.
Inimaginável
Quem algum dia imaginou a Globo em segundo lugar em audiência num domingo? Dados do IBOPE, publicados no Caderno Ilustrada, da Folha (Tribuna da Imprensa eletrônica, de 10 de setembro), registram levantamento entre 7 da manhã à meia-noite cravando 26 para a Record contra 25,8.
Singulares os números, quando comparam programas concorrentes: Gugu 17, Faustão 16 (com Irene Ravache e tudo o que o estrelismo global pode contribuir); Domingo Espetacular 14, Fantástico 13. E não ficou por aí: pela manhã o desenho animado da Record ficou com 7,3 contra 6 do Esporte Espetacular.
Lembrando os textos de Goscinny e Uderzo para “Asterix”: o céu está caindo sobre nossas cabeças (da Globo).
Perguntar não ofende
Circula por aí que o PT estaria acusando Mardes Monteiro de traidor por apoiar nomes estranhos ao Partido.
Falta responder onde o PT foi buscar o Sr. Mardes.
Astrologia eleitoral é isso aí
A Veja de 21 de abril passado abriu as páginas para o astrólogo Oscar Quiroga, do Estadão, que previu “Serra eleito” se dependesse dos astros. Afinal, a Lua em Áries determina a liderança inata dos nascidos em peixe e Saturno e Urano em conjunção levam-nos a maravilhas.
O pisciano Zé Serra deve ter ficado exultante diante da interpretação de seu mapa astral realizada pelo respeitado mestre de O Estado de São Paulo, que assinalava o período entre 1º e 25 de agosto de 2010 como o mais marcante e auspicioso para o sonho presidencial do candidato, por Júpiter atingir posição no mapa. E José Serra, em muito preparado, via “uma espécie de ciência por trás disso”.
Três meses depois… Ah! Três meses depois não se sabe o que o preparado José Serra pensa dos astros. Ou de Oscar Quiroga!
Depois de tudo
Rir pra não chorar!
Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum