Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
Uma chama que morre
João Falcão, fundador do Jornal da Bahia, morreu esta semana. Encontramos a informação na leitura diária do Tribuna da Imprensa on line, no texto enxuto de Sebastião Néry deste sábado 30, “E a chama se apagou”.
Para ser acessado e lido.
Solução
A Presidente Dilma Rousseff espera contar com competência técnica e honestidade para compor o “novo” DNIT.
Sem excluir, sempre que possível, indicação partidária.
Como ao Partido da República não faltam quadros, apenas felizes indicações, poderia a Presidente se valer de um nome do próprio PR: o do baiano Saulo Pontes.
Pelé
O maior jogador de futebol de todos os tempos é o embaixador do Governo do Brasil para a Copa de 2014.
Não sabemos se recado de Dilma Rousseff a Ricardo Teixeira. Ou inibição a quem costuma falar despropósitos.
Exigência descabida
Essa de a FIFA exigir a paralisação das atividades de um aeroporto como o Santos Dumont, durante quatro horas, cheira a abuso de mocinho em terra de ninguém. 36 pousos e decolagens desviados no período. Tudo para que pudesse ser realizado o regabofe do sorteio para as eliminatórias da Copa do Mundo.
Como não bastasse a politicagem com que age, em conluio com a CBF, em relação aos estádios, em típica interferência na autonomia de um país. Um abuso.
E tudo isso com o dinheiro do contribuinte brasileiro.
Coisas desta Itabuna
Nos 101 anos esta terra de todos nós desaprendeu lições primárias, elementares. Não só lhe deve ser atribuída uma não-organização espacial no plano da mobilidade urbana, mas a de tornar-se digna de ingresso nos compêndios do caótico.
O número de veículos em muito aumentou, circulando no mesmo espaço, o que ocorre há pelo menos cinco anos, exigindo planejamento e investimentos.
E não se houve, no entanto, a municipalidade em atender à demanda anunciada.
Proeza
Não bastasse o desordenado trânsito, costuma cuidar a administração de cortar fluxos de tráfego para atender a eventos. Como fechar o complexo Aziz Maron-Mário Padre, um dos mais tradicionais corredores, a partir do Conceição, acesso à ponte do Marabá. Já na manhã da quarta 27 uma parte da avenida estava bloqueada e no final da tarde viabilizava engarrafamento que repercutia em outras artérias, inclusive na Juraci Magalhães.
Tudo porque não se planeja. Executa-se ao arrepio da técnica e da lógica.
Cooperação
Na página 6 da edição do Diário Bahia de terça 26 um informe publicitário da EMASA, titulado “Aditivo de Contratos”, chamou a atenção: 12 os contratos, de locação de veículos, celebrados todos com a Cooperativa Regional dos Proprietários de Veículos Alugados.
Os aditivos diziam respeito a prazos. Nenhuma referência a valores.
Transparência é isso: remeter o leitor-cidadão-consumidor a buscar o original que nunca encontrará.
Muito interessante descobrir essa cooperativa destes inusitados “Proprietários de Veículos Alugados”. Que dá a entender existir só para alugar veículos à EMASA.
Ou seja, uma singular cooperação…
Pela Paz
O Estado Palestino é um imperativo, negado por uma gama de interesses de poucos que em nada contribuem para a paz mundial, que bem podia começar ali, naquele quinhão do Oriente Médio.
Se nosso leitor quiser integrar-se à campanha mundial pelo reconhecimento do Estado Palestino pela Organização das Nações Unidas integre-se ao apelo através de http://www.avaaz.org/po/independence_for_palestine_9/?copy
Golpe mortal
Para o projeto pessoal de Geraldo Simões a sua anunciada (ainda que não oficialmente) candidatura a Prefeito em 2012, menos que a perspectiva de sucesso, se constitui vitória de Pirro, considerando o que sempre pretendeu: consolidar Juçara como candidata.
Para Itabuna, cremos particularmente, se vitorioso Geraldo – como o seria com Juçara – poderá ser a retomada de um processo de administração e planejamento, interrompidos a partir de 2005.
Planejada consolação
Juçara será candidata a deputada estadual em 2014, com apoio de Geraldo Prefeito. Prêmio de consolação.
Cabe também verificar o domicílio eleitoral de Tiago Feitosa. Caso seja o de Itabuna, depois de setembro, pode sair candidato a vereador por aqui.
A não ser que para convencer GS a “abandonar” Juçara o Governador tenha assegurado meios de eleição de Thiago em Salvador.
Quase 100 anos
A Leste-Oeste, projetada para desaguar no Atlântico ilheense, hoje integrando um complexo intermodal, é projeto governamental de 1917. Partiria de um trecho da Central do Brasil e alcançaria Leopoldina (hoje Aruanã) em Goiás. A reação do Sudeste-Sul a inviabilizou para favorecer a Cuiabá-Santos. Detalhes em www.advivivo.com.br de sexta 29, da lavra de Alberto Porém Júnior (“Ferrovias: Uma questão geográfica e política”).
Como visto, antigo é o padecimento por que passamos, por nos situarmos no Nordeste.
Hoje, considerando a reação de “ambientalistas” locais, o atraso de nossa região não mais precisa de apoio do eixo Rio-São Paulo-Paraná.
Itororó
O advogado José Vitalino afirma ser candidato a prefeito em 2012. Histórico aliado de Edineu Oliveira descola da liderança por considerar-se alijado de qualquer projeto do antigo parceiro.
Espera contar com a dissidência dos que não aceitam a aliança Edineu-Marco Brito, já desfeita, o que, segundo lhe parece, afastou correligionários dos dois políticos.
Também imagina que nem Edineu nem Marco Brito terão condições de se candidatar, uma vez que estariam inelegíveis.
Enfrentará Adroaldo Almeida, que também estaria desgastado em setores conservadores da sociedade.
Tirando o corpo fora
A promessa de Wagner aos deficientes visuais que buscam transporte gratuito, a considerar-se o divulgado (observamos do texto do Pimenta na quinta 28), está eivado de demagogia. Afinal se reconhece a inexistência de lei estadual autorizativa para a concessão do benefício não teria ele como exigir que uma empresa privada exerça “bom senso” se esta tão somente está adstrita à legislação existente.
Como a iniciativa de projeto para dita legislação é de competência do Executivo, cabe ao próprio governador subscrevê-la e não recomendar a AGERBA que converse com a empresa.
Por outro lado, não tardará um “pai” para a criança assim que tal projeto for encaminhado à Assembleia Legislativa..
Cai a máscara I
Os EEUU construíram no imaginário do planeta a ideia de serem o paradigma da justiça, da igualdade, da riqueza. Através do cinema, Capitão América, Homem Aranha, Super Homem, Batman, entre dezenas de super heróis, espelhavam a “América.
Os outros não passavam de “bandidos”, violadores de direitos etc. Japoneses, chineses, russos eram a força do mal a quem incumbia enfrentar para salvar a Humanidade.
De uma hora para outra até um antes inimaginável risco de calote acontece.
Cai a máscara II
E o presidente do “Yes, we can” já não pode tanto, seu país não suporta a crise para a qual contribuiu, sacrificando historicamente os que lhes prestavam vassalagem.
E como tentativa extrema propôs Obama a taxação dos ricos em 2%. A reação conservadora foi imediata: cortem-se programas sociais, aposentadorias, postos de trabalho, salários. Nunca o dinheirinho de um punhado de milionários, que isso é crime de lesa pátria.
Caiu a máscara. Espera-se o poder que ainda detêm.
Piti
O Pimenta na quinta 28 testemunhou, e publicou, o piti do Secretário de Agricultura de Itabuna, Marcelino Oliveira, que teria até chamado o Governador de mentiroso por não confirmar a duplicação do Paulo Souto a Ferradas. A contrariedade do Secretário não encontraria motivo se houvesse escutado o que ouvimos do próprio Prefeito José Nilton Azevedo.
Segundo o alcaide, a Prefeitura de Itabuna elaborou o projeto de duplicação da rodovia, naquele trecho, entregando-o ao Governador, tendo este afirmado ao mandatário itabunense que por falta de recursos estaduais o incluiria no PAC 2 do Governo Federal.
Como o Governador anunciou a recuperação da rodovia entre Ilhéus e Ferradas (recursos do Estado) com certeza a duplicação ansiada estará a cargo de recursos federais.
No entanto, não culpemos o Secretário Marcelino por desconhecer o fato e não compreender o anúncio oficial. Sua secretaria é a de Agricultura.
E o muxoxo ficou despropositado.
Em caráter de editorial I
A missão a que nos propusemos neste espaço foi a de achar e rodapear, que longe está da vocação para oráculo. Muitos esperam de um articulista que envereda pelas searas da avaliação do instante político a exatidão matemática para as conclusões. Preferimos trabalhar naquilo que não está expresso.
Razão por que buscamos um pouco além, por considerar que o tema que insinua se esgotar em si mesmo oferece um achado sobre o qual rodapear traz à luz a essência dos fatos.
E assim o fazemos justamente porque nem sempre o político expressa o que quer objetivamente. E a política, não sendo Ciência e sim Arte, se faz no palco de nuances interpretativas, escondendo o ator na coxia a realidade que não interessa ao público e sim a ele, tão somente a ele.
Em caráter editorial II
Desta forma, mais a versão que o fato, a interpretação que o texto. Daí porque a precisa e preciosa definição ofertada como sapiência mineira por Magalhães Pinto: a política é como nuvem; quando se olha parece algo; logo depois será outra imagem e em mais um instante tornar-se-á inteiramente diferente de tudo que víamos.
Diante desse compreender lemos os que articulam sobre política e políticos com as cautelas de estilo, debulhando o milho para ver como o sabugo se apresenta.
Até porque dificilmente os provincianos deixamos de nos apaixonar por um ponto de vista, um interesse, um compromisso, uma bandeira, um acreditar.
Daí o imaginar
“Estão escrevendo, falando, dizendo montanhas de besteiras com respeito, com relação a Geraldo & Fernando, porque faltam constatações, esclarecimentos, definições, já que Geraldo nem Fernando assumem publicamente a paternidade das especulações, notícias, notas publicadas”. Quem o diz, escreve, é o decano dos analistas políticos desta terra, Eduardo Anunciação, na sua conceituada Política, Gente, Poder, de quarta 27, no Diário Bahia.
Aquilo que, para Eduardo, “só existe na imaginação de Raimundo Vieira” e não passa de “encenação, fantasia, ilusão”, “desinformação”, o leva a passar ao largo da possibilidade de Geraldo até mesmo acender “vela para Deus e o Diabo”, como já o disse GS em círculos fechados.
As nuvens daqui
Como as nuvens de Magalhães Pinto, estão acontecendo em Itabuna coisas que beiram o surrealismo, a ponto de espantar experientes avaliadores. Uma delas é a percepção de Geraldo de que Fernando Gomes não é o Tinhoso, o Gramulhão. Mesmo porque, afinal, milenar é a expressão de que “o Diabo não é tão feio como se pinta”.
E que tudo é possível quando se tem um anjo para estabelecer canais, chamado Raimundo Vieira.
Olhando para o céu
Cabe, observando as nuvens, constatando que ambos encomendaram a criança, conferir se a cegonha aceitará a inusitada obrigação.
Mas, aí “a Deus pertence”.
Uma bomba e duas vertentes I
Evidente surpresa o fato de que “FG não é filiado ao PMDB”, como o afirmou o Pimenta na segunda 25. O que nos permite rodapear e achar em torno, considerando as tratativas entre Geraldo e Fernando intermediadas por Raimundo Vieira. Teria GS conhecimento do fato?
Se não o sabia poder-se-ia atribuir que buscava através de FG apenas reforçar seu projeto junto ao PMDB.
Caso contrário, pretenderia efetivamente compor-se de alguma forma com Fernando para reforçar a candidatura do PT em 2012, para compensar o eleitor que perdeu entre históricos aliados.
Uma bomba e duas vertentes II
Na segunda hipótese, seria a demonstração de que o estoque de “velas” de Geraldo vai ser ampliado. Como ampliando conquistas em setores antes distantes de seu terreiro.
À direita e à esquerda.
Constatação
Em mesa de uma churrascaria da cidade a “Contudo” circulava de mão em mão, folheada e comentada. O sonho de Valdenor se concretiza e o torna hoje o expoente empresarial da imprensa local.
O que é fato não se discute, se reconhece.
Trio Amaranto
A tecnologia contemporânea nos permite descobrir maravilhas, como essa pérola que reúne talentosas e afinadas intérpretes mineiras belorizontinas, em plena interação com o público, a ponto de torná-lo vocal para acompanhamento.
Grata surpresa também a homenagem a Caymmi (“É doce morrer no mar” e “Travessia”).
A desenvoltura harmônica das irmãs que constituem o Trio Amaranto nos remete ao Quarteto em Cy.
Cantinho do ABC da Noite
O assunto concentrava a atenção dos que se encontravam no balcão sabatino: alguém assistira a uma cena de erotismo explícito na madrugada televisiva, saboreando a plateia ávida por detalhes. Um não se conteve em escutar e já pretendia informações “ao vivo”:
– Em que canal, amigo?
A verve cabôca matou a charada:
– Vaginal, Cabôco – consolidou a informação o filósofo do Beco.
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum