Dirceu, a “academia” e as putas

por Domingos Matos
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Por Domingos Matos

O século 21 vai a todo vapor, mas, em algumas mentes, ele sequer parece ter chegado. Na vizinha Ilhéus, por exemplo, os enredos amadianos se repetem. Cacauicultores não aceitam ideias comunistas no seio da sociedade quatrocentona.

Pode parecer brincadeira, mas há um movimento sério – digo, estruturado – tentando impedir o lançamento do livro de memórias do ex-ministro José Dirceu. Não por acaso, é formado por lideranças de cacauicultores – que na época de Jorge Amado eram chamados de coronéis do cacau.

Falando em Jorge Amado, é sintomático que em uma terra que se orgulha de ser a mãe do maior escritor brasileiro – para a grande maioria dos brasileiros – se impeça o lançamento de uma obra literária.

Chegam a dizer que “Ilhéus não é casa de puta” para permitir o lançamento de um livro de gente como Dirceu. Ofendem as putas, guerreiras que trabalham com dignidade, para destilar ódio de classe.

Só pra contrariar, bem que o lançamento poderia ser feito numa “casa de putas”, já que a “casa das letras” recusou receber uma obra que justifica sua existência.

Assim, mostraria quem tem dignidade, as putas ou a honrada society, que sempre se prostituiu por qualquer regabofe oferecido pelo governo de plantão. “Socialista” ou idiocrático.

Domingos Matos é jornalista e blogueiro

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