Nos próximos quatro anos, Itabuna terá apenas uma mulher ocupando cadeira na Câmara de Vereadores. Mesmo sendo a maioria do eleitorado, serão 20 homens e só uma representante feminina na composição do legislativo itabunense. A vaga será ocupada pela vereadora Wilma, do PCdoB, reeleita com expressivos 2.770 votos, que a colocaram em terceiro lugar entre os mais votados.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de mulheres eleitas para as câmaras municipais de vereadores no país cresceu 13% entre as eleições de 2020 e de 2024. Em Itabuna não houve avanço nesse sentido, Wilma continua sendo a única mulher.
Mas chama a atenção que neste pleito ela obteve mais que o triplo de votos do anterior, obtendo uma das 5 maiores votações para a Câmara Municipal na história de Itabuna, a maior entre as mulheres. Também se tornou a primeira vereadora reeleita no município desde a redemocratização. Vale ressaltar que a segunda candidata com maior número de votos ficou na 32ª posição entre os mais votados deste ano.
Mandato solitário
Wilma é servidora pública municipal e presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itabuna (Sindserv) há três mandatos. Ela afirma que apesar de se sentir muito feliz com a reeleição, também está frustrada porque continuará sozinha na Câmara. “Meu desejo era que tivéssemos outras mulheres para termos mais força na luta pelas pautas femininas. Durante este primeiro mandato me senti só na defesa dos direitos e na busca por políticas públicas voltadas para as mulheres. Vou seguir sozinha, infelizmente, mas muito empenhada. Tenho a grande responsabilidade de representar as mulheres itabuneses”.
De acordo com Karla Ramos, diretora de formação da União Brasileira de Mulheres (UBM) e doutoranda do Programa sobre Mulheres, Gênero e Feminismo da UFBA, na realidade dos municípios brasileiros ainda há o grande desafio de incluir mais mulheres nos espaços de poder, o que resultará em mais leis e políticas públicas que atendam às demandas femininas. “É importante termos mulheres nas Câmaras Municipais para que as nossas ideias e reivindicações sejam respeitadas e levadas em consideração. Precisamos ter participação nas decisões que afetam as nossas vidas”, conclui.