O surto de gripe que atinge diversas regiões da Bahia está gerando uma corrida pelo atendimento no Hospital Manoel Novaes (HMN). A unidade tem recebido pacientes, inclusive de Ilhéus, que recentemente inaugurou o Hospital Materno-infantil Joaquim Sampaio. O número de atendimentos no Novaes, em Itabuna, teve um aumento significativo no mês de dezembro, em relação a novembro.
Neste mês, a média tem sido de 140 atendimentos médicos diários no único hospital materno-infantil em funcionamento da cidade. Em novembro, uma média de 70 pacientes buscaram os serviços médicos. “Mas quase 40% dos pacientes que passaram por aqui em dezembro deveriam buscar atendimento no serviço básico de saúde. Por isso, houve uma sobrecarga na nossa urgência e emergência”, explica a diretora técnica do HMN, a médica Fabiane Chávez.
No último dia 17, por exemplo, foram registrados 140 atendimentos no Pronto Socorro do HMN, mas somente seis crianças precisaram ficar internadas. Mais de 90% dos atendimentos classificados como verde e azul, não deveriam ser levados para unidade hospitalar. Nos últimos dois meses, a média de 84% dos atendimentos em pediatria pelo SUS estão na classificação verde e azul.
Para a médica Fabiane Chávez, é necessário que seja estabelecido logo um fluxo para evitar um caos no HMN. É preciso ainda que seja feita uma campanha para orientar a população quando realmente for necessário procurar o atendimento nesta unidade. Diante disso, nesta quarta-feira (22), o diretor administrativo da Santa Casa de Itabuna, Wagner Alves, enviou carta à secretária de Saúde do município.
Conforme declara o diretor, a capacidade e estrutura do HMN não são infinitas, e que cada paciente levado para a unidade, sem preencher os requisitos para os serviços de urgência e emergência, atrasa o atendimento para quem realmente necessita de um leito para internamento. “É uma situação muito delicada que precisamos resolver com urgência. Até pacientes que deveriam ser atendidos em outros municípios estão sendo enviados para o Novaes”.
Além do aumento de casos de gripe, Wagner Alves completa que nesse período do ano, tradicionalmente, aumenta a procura pelos serviços no HMN, principalmente por se tratar de um período de recesso dos profissionais da rede básica de saúde dos municípios.