Está causando estranheza e pode resultar em sérios problemas uma prática cada vez mais evidente no Hospital São Lucas, em Itabuna. Técnicos em Enfermagem do plantão noturno estão coagindo pacientes a irem para casa após os primeiros atendimentos na unidade de emergência, mesmo que estes continuem a reclamar dos sintomas que os levaram a procurar o pronto-atendimento.
Há casos em que esses profissionais se revezam para “aconselhar” a clientela a procurar o caminho de casa nas madrugadas, apenas para garantir-lhes – aos próprios técnicos – mais tempo de descanso. “Da última vez em que lá estive foram pelo menos três, me mandando embora. Eu insistia que ainda estava com os sintomas de infarto, e uma delas chegou a me dizer que aquilo era ‘psicológico'”, afirma um paciente, vítima da insistência dos profissionais.
Ele diz que, depois de muito insistir para novamente ver o médico, foi reexaminado e teve prescritos dois exames: sangue e eletrocardiograma. “A mesma técnica, a que se passou por psicóloga, me disse que não faria o eletro, porque este dependia do exame de sangue e, esse sim, era muito demorado, levaria umas três ou quatro horas”.
Depois de mais duas ou três admoestações, o paciente, já cansado da má vontade e da estraha obsessão da técnica de enfermagem em vê-lo pelas costas, decidiu ceder e sair, mesmo sem realizar os exames. “Aí, foi quando tive a maior surpresa. Ela me disse, com o maior profissionalismo: ‘você é quem sabe. Se quiser sair, saia. Mas assine esse termo de responsabilidade. Vai que você esteja infartando…'”
Chegaria a ser cômico, se não fosse tão grave, beirando mesmo uma tragédia.