Projeto mede temperatura do órgão durante o deslocamento entre hospitais
Um grupo de alunos da escola Serviço Social da Indústria (SESI), em Candeias, na região metropolitana de Salvador, desenvolveu uma nova tecnologia que auxilia no transplante de córnea. Com o projeto, os alunos participam de uma competição nacional com outras 100 equipes.
O projeto monitora a temperatura do órgão durante o deslocamento entre hospitais, com o objetivo de evitar a perda do material. Segundo o professor Clovis Campagnolo, duas córneas já foram transportadas com sucesso de Feira de Santana para Salvador, utilizando a tecnologia dos estudantes.
A aluna Ana Beatriz Agapito explica que a ideia de desenvolver o projeto surgiu a partir de um problema no controle de temperatura da córnea, que normalmente só é medida na saída e na entrada dos hospitais. “Essa falta de informação sobre a temperatura gera uma perda de cerca de 11% de córneas que seriam utilizadas para transplantes. Além disso, elas acarretam uma análise de 48h, o que prolonga ainda mais a fila de espera”, conta.
Com um termômetro especial, os estudantes pretendem medir a temperatura do órgão durante todo o percurso de transporte. “Decidimos implementar a nossa caixa térmica de polipropileno com um termômetro data logger que, além de monitorar, registra a temperatura do órgão”, explica a estudante Ana Luiza.
Competição nacional
A tecnologia pode diminuir a fila de espera dos transplantes e, com o projeto, os alunos estão participando de uma competição nacional que visa estimular o desenvolvimento de soluções para o mundo real.
A cada ano, a competição tem um tema diferente. Em 2022, os alunos tiveram que criar soluções de logística, ou seja, relacionadas ao transporte e armazenamento de produtos – ou, no caso do grupo do Sesi, de órgãos.
Em junho, o projeto do grupo será avaliado por três juízes em São Paulo. Eles competem com outras 100 equipes de estudantes de diversos estados do Brasil.
Para a coordenadora pedagógica do Sesi, Talyssa Viel, a iniciativa dos alunos é emocionante. Ela precisou passar por transplante de córnea e ficou dois anos na fila de espera.
“Eles já são vencedores pela própria fonte de pesquisa, por toda parte técnica que eles se debruçaram a estudar e pela solução que eles vão trazer para a sociedade”, comemora.
*Informações e fotos: Site G1 Bahia