Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que onze estados brasileiros correm risco de passar por um surto de dengue em 2020. Na luta contra o mosquito Aedes Aegypti, novidades que ajudem a combater os focos do inseto são sempre bem-vindas. Agora, um trio de alunos Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Tancredo Neves (Ceeps), em Senhor do Bonfim, localizado no Centro-Norte da Bahia, resolveu somar esforços nesta luta através de uma solução empreendedora. Com o objetivo de levar a proteção para regiões que não possuem cobertura dos agentes de saúde, como é o caso de partes da zona rural do próprio município, eles desenvolveram materiais como vela e sabonete que possuem capacidade repelente.
De acordo com João Vitor Almeida, os produtos são livres de substâncias químicas que prejudicam a saúde e possuem custo acessivo a toda população. “Utilizamos o óleo extraído da borra do café, que tem várias propriedades medicinais, dentre elas a capacidade de prevenir a ação de mosquitos sobre a pele, evitando a proliferação de diversas doenças”, explicou João Vitor. Segundo ele, o sabonete repelente cria uma barreira protetora rica em tiamina, capaz de proteger a pele contra a ação dos mosquitos, enquanto a vela através de sua queima dissipa no ar essas substâncias nocivas aos mosquitos.
Daniela Pereira, que faz parte do grupo de pesquisa, também ressalta que esses produtos são produzidos com substâncias livres de aditivos químicos. “Não possuem toxicidade, são 100% naturais, altamente sustentáveis, além de oferecerem um bom custo/benefício e fácil comercialização”, destacou. Os materiais foram desenvolvidos na cozinha experimental do Ceeps e depois doado a um grupo da comunidade local que possui alto índice de doenças transmitidas por mosquitos para analisar a eficácia dos produtos.
Apesar de ainda estarem em fase de testes, a vela e o sabonete podem servir de solução para as comunidades menos favorecidas, isso porque, para prepará-los, basta extrair o óleo da borra de café e misturá-lo com outros ingredientes como azeite, glicerina, parafina e essência. “São ingredientes fáceis de serem encontrados e que podem contribuir para prevenir doenças e até salvar vidas”, disse Joana Santos, que completa o trio de jovens pesquisadores.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam, no dia 8 de julho, o Bahia Faz Ciência, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias serão divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estarão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail [email protected]