A exposição ‘O Museu de Dona Lina’, aberta em agosto do ano passado, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-Bahia), será encerrada no próximo domingo (20), depois de quase sete meses e mais de 35 mil visitantes, entre soteropolitanos, turistas nacionais e estrangeiros.
A mostra, que foi citada pelo jornal Folha de São Paulo e Revista Vogue, dentre outros importantes veículos de comunicação, ocupa os espaços expositivos do Casarão e Capela. A mostra conta ainda com um documentário em vídeo de 50’ (cinquenta minutos) em exibição no ‘Espaço Lina’ do MAM. A visitação é gratuita, de terça-feira a domingo, das 13h às 17h.
Logo após o encerramento do dia 20 e a semana de carnaval, o MAM-Bahia abre outra exposição, ‘Encruzilhada’, com curadoria do prestigiado artista baiano Ayrson Heráclito e do curador do MAM, Daniel Rangel. A nova mostra trará surpresas, provocando um diálogo entre o acervo do MAM e a coleção de Arte Africana do Solar Ferrão da Diretoria de Museus (Dimus/IPAC), além de obras do icônico artista Rubem Valentim (1922-1991).
Lina como referência
‘O Museu de Dona Lina’ reúne 300 obras do acervo fixo do MAM junto a peças do Acervo de Arte Popular Lina Bo Bardi/Solar Ferrão. “Essa exposição foi a primeira atividade aberta do museu na pandemia e também uma homenagem a Lina, que concebeu e foi a primeira diretora do MAM de 1959 a 1964”, explica o atual diretor do museu, Pola Ribeiro.
Lina Bardi (1914-1992) estudou na Universidade de Roma, trabalhou em Milão, chegou ao Brasil em 1946 e fez importantes projetos como o MASP e Sesc Pompéia, em São Paulo, além do restauro do Unhão, Casa do Benin, Ladeira da Misericórdia e Teatro Gregório de Mattos, em Salvador. “Lina é personagem fundacional do MAM por sua concepção de restauro e de como funciona um museu, tornando-se referência internacional após a sua morte e alimentando o debate já no século XXI por suas opiniões sobre cultura, design, educação, museu, arte, meio-ambiente e patrimônio”, destaca Pola Ribeiro.
Estão nesta mostra desde modernistas como Tarsila do Amaral e Portinari, até contemporâneos, como Marepe e o fotógrafo Bob Wolfenson, que doou o retrato de Lina, cartaz da exposição. Já a arte popular reúne peças utilitárias e figurativas, como carrancas, ex-votos, imaginária, vestuários de couro e utensílios domésticos. “Essa exposição propõe a união, no mesmo espaço e tempo, das artes popular, moderna e contemporânea”, comenta o curador Daniel Rangel.
Segundo Rangel, a Criadora – Lina, e Criatura – o museu, se tornam esteios para o momento da instituição. “O MAM está apoiado em um tripé que reforça essa identidade: o legado de sua mentora; o local histórico-arquitetônico-geográfico onde está instalada; e sua singular coleção artística formada em 62 anos de existência”, finaliza o curador do MAM-Bahia.
Artistas
A exposição conta ainda com artistas soteropolitanos, baianos e nordestinos. Antônio Rebouças, Calasans Neto, Chico Liberato, Juraci Dórea, Sante Scaldaferri, J.Cunha, Marepe, Jamison Pedra, Ieda Oliveira, Valuízio Bezerra e Maxim Malhado. Continua com Ramiro Bernabó, Yedamaria, Mário Cravo Jr., Betânia Vargas e Leonel Mattos. Cícero Dias, Aldemir Martins, Francisco Brennand e Vicente do Rego Monteiro completam os nordestinos, além da arte popular de Mestre Vitalino, Maria Pompéia, Manuel Edócio, José R., Zé Caboclo e Mestre Guarany.
Mais informações estão disponíveis nas redes sociais do museu (instagram e facebook), no site ou telefone (71) 3117-6132 (das 9h às 12h e das 13h às 15h). O café, cinema Saladearte e os pátios estão abertos de segunda a segunda, das 12h às 20h. O projeto Sollar Baía (@sollarbaia) fica aberto de terça a domingo, das 16h à 0h.
O acesso ao MAM é feito mediante apresentação do comprovante de vacinação (decreto nº 20.913). O MAM-Bahia é um equipamento da Secretaria de Cultura do Estado (Secult/Ipac).