Com a desistência do PSL de manter candidatura própria para prefeito, com a formalização do apoio ao médico Antonio Mangabeira (PDT), e após o anúncio de Fernando Gomes de que concorrerá à reeleição, fica praticamente delineado o campo a ser ocupado pela extrema direita nas eleições de outubro em Itabuna.
Dos nomes postos até agora, Fernando Gomes e Mangabeira são os que vão em busca dos simpatizantes do presidente Bolsonaro no município. Curiosamente, os dois mantém estranhos laços de proximidade com partidos e personalidades políticas ligados à esquerda.
Fernando se jacta amigo do governador Rui Costa (PT) que, sempre que pode, devolve os afagos. Já Mangabeira é filiado ao histórico PDT, de tantas lutas pelo trabalhismo, sob a batuta do ícone progressista Leonel Brizola.
Na eleição de 2018, um perfil no WhatsApp, que se identificava como sendo o então candidato Jair Bolsonaro, mandou abraços ao prefeito Fernando Gomes. O próprio prefeito já se declarou simpático ao presidente, além de conviver com figuras fortes no bolsonarismo, como o empresário Luciano Hang.
Já Mangabeira participou de diversas manifestações da extrema direita itabunense, desde a campanha para derrubar a presidenta Dilma até as em apoio ao presidente Bolsonaro. Evloiu de coxinha para bolsonarista de carteirinha. “Evoluiu”?
A elite itabunense tem perfil fernandista, não por afinidade de origem, mas de interesses. Just business. Recentemente, parte dessa elite viu em um igual – Mangabeira – a chance de se livrar da imagem de Fernando Gomes como seu representante no poder. É o voto e o apoio dessa turma que os dois representantes do bolsonarismo local vão disputar.
O grande problema é que até agora a extrema direita não fez nada de bom para os pobres do país, muito menos os de Itabuna. A maior obra do governo Bolsonaro em Itabuna, como em todo país, é o apagão no INSS, depois de aprovar a reforma da previdência.
Em breve veremos se esse apoio será explícito ou camuflado.