O Governador da Bahia Rui Costa não deu ordem para atirar contra o soldado da Polícia Militar Wesley Soares, vítima de um surto, no início da noite de domingo (28), no Farol da Barra, em Salvador.
Conforme informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), após 3h30 de negociação, o soldado PM, aparentando surto psicótico, disparou com fuzil contra guarnições do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e terminou neutralizado. O policial foi prontamente socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O governador da Bahia, Rui Costa, não participou diretamente da operação, nem tampouco ordenou que atirassem contra ele. Esta é uma decisão técnica de policiais treinados para situações como esta.
De acordo com o comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho, foram utilizados recursos de uso progressivo da força, no momento da atuação. “A situação não permitia, inclusive pela distância, a utilização de uma pistola de condicionamento. A tropa estava sendo atacada com uma arma de guerra, um fuzil. Efetivamente, é um potencial de letalidade grande. As ações foram desencadeadas com o objetivo de retirá-lo do enfrentamento”.
O coronel Coutinho destacou ainda que a instituição está prestando todo o apoio à família de Wesley. Durante a negociação, informa o comandante, uma irmã do soldado foi trazida ao local do ocorrido, no helicóptero da corporação, em uma tentativa de encerrar aquela situação.
Palavra do comandante do Bope
“Os nossos objetivos primordiais são preservar vidas e aplicar a lei. Buscamos, utilizando técnicas internacionais de negociação, impedir um confronto, mas o militar atacou as nossas equipes. Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores”, declarou o comandante do Bope, major Clédson Conceição.
Aproximadamente às 18h35, o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope. Após pelo menos 10 tiros, o soldado foi neutralizado e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE).
A ocorrência se iniciou às 14h, quando o militar chegou armado com fuzil e pistola, na Barra. Imediatamente ele iniciou disparos de fuzil para o alto. Ele foi cercado por unidades do CPR Atlântico e especializadas, que isolaram o local.
Às 15h, uma equipe do Bope iniciou a negociação. O soldado alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos. Além dos tiros de fuzil, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas, no mar.
Três viaturas quatro rodas também foram desengranadas e direcionadas para guarnições que isolavam o local.
Em nota enviada pela Polícia Militar, o comandante-geral Paulo Coutinho lamentou profundamente o episódio, ressaltando que todos os esforços foram feitos por um final pacífico.