O sistema de transporte coletivo em Itabuna tem deixado a população insatisfeita, sobretudo os trabalhadores, pais e estudantes, que agora voltaram ao ensino presencial. É que, desde que a empresa Atlântico começou a operar na cidade, após o município ficar alguns meses sem transporte devido à pandemia, linhas de bairro a bairro foram extintas, ficando apenas as linhas que operam dos bairros para o centro da cidade.
Com isso, quem mora, por exemplo, em Ferradas, e deseja ir ao São Caetano, tem que tomar uma condução até o centro e de lá, tomar outra para o local de destino.
O problema é que, além de levar mais tempo, quem não possui o cartão para fazer a baldeação, tem que arcar com duas passagens. A dificuldade é ainda maior para os estudantes. Silvani Julião que o diga. Ela é mãe de Felipe, 11 anos, que estuda no Colégio da Polícia Militar. A família mora no bairro Urbis IV. O menino tem que sair de casa às 11 horas da manhã, para dar tempo chegar na escola às 12h45.
“São praticamente duas horas de viagem, na ida e o mesmo tempo na volta. Tem que pegar dois ônibus para retornar e chega em casa muito tarde, mais de 7h30 da noite”, queixa-se Silvani, em entrevista ao O Trombone.
A mãe diz ser contra a medida de transbordo. “Na minha opinião, o transbordo não funciona aqui em Itabuna, mesmo porque é uma cidade pequena. O prefeito achou que ia melhorar para a população, só que o efeito foi contrário, piorou, só complicou a vida da gente. Porque temos que pegar dois ônibus para chegar no nosso destino”, justifica.
Segundo Silvani, o colégio mandou ofício para a empresa, solicitando o retorno das linhas que anteriormente funcionavam de um bairro a outro. “O que a gente quer é que as empresas coloquem um ônibus direto, que volte a ser como era antes, que tenha ônibus pelo menos de Ferradas para o São Caetano direto, porque facilita muito, não só a vida dos estudantes como de todas as pessoas que precisam do transporte público”, desabafa.
Além do transtorno gerado pela correria e o risco de se chegar atrasado aos compromissos ou à aula, Silvani citou outro agravante: a violência. “Temos que pensar no risco que os estudantes correm. Os que estudam a tarde, chegam muito tarde em casa, ficam expostos nos pontos esperando o transporte à noite e isso é muito perigoso”, relata.
A dona de casa Vanessa Franco também teve a rotina de sua família mudada. Com receio da violência, temida pela vizinha Silvani, Vanessa e o marido se esforçam para pagar um transporte alternativo para levar os dois filhos à escola, no período da tarde. “A gente se espreme e vai tentando levar, porque, pelo menos, a gente sabe que eles vão e voltam em segurança. Aquele ponto próximo à Catedral de São José é muito perigoso”.
Muito transtorno mesmo!…..eu também sou mãe de Aluno do CPM, estou pagando transporte escolar, pois não tenho coragem de deixar meu filho ficar sozinho no centro da cidade as 6hs da manhã, esperando um segundo ônibus para conseguir chegar a escola, exposto a todos os tipos de perigos.