A Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS) e a Cooperativa de Catadores Consciência Limpa (Coolimpa), assinaram um termo de cooperação e parceria visando o desenvolvimento de um programa de coleta seletiva para fins de reciclagem dos resíduos sólidos produzidos pelo Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus. O documento foi assinado pelo diretor geral da FESF, Ricardo Mendonça, e pela presidente da cooperativa, Deizimeire da Silva Souza.
Para além de dar uma destinação sustentável a materiais plásticos e papelões descartados diariamente na unidade hospitalar, a parceria reforça a participação da Coolimpa no Projeto “Dê a mão para o futuro”, um programa nacional que engloba reciclagem, trabalho e renda e que contempla três fundamentos da sustentabilidade: a preservação ambiental, o benefício social e a viabilidade econômica.
Ajuda
Surgida no lixão do Cururupe, zona sul de Ilhéus, em 2010, a cooperativa precisa ampliar suas ações para cumprir metas e permanecer integrada ao programa “Dê a mão para o futuro”. Hoje com aproximadamente 30 associados o grupo consegue coletar 30 das 40 toneladas mensais projetadas para esta fase. “Somente com os resíduos do hospital, pelo tamanho e grandiosidade que ele representa, acreditamos que atingiremos a meta mínima necessária e será um grande passo para nós avançarmos”, projeta Deizimeire.
Uma das exigências do Projeto “Dê a mão para o futuro” é a emissão de nota fiscal do material negociado pela cooperativa. A primeira contrapartida – inclusive já conquistada – foi a doação de um caminhão de pequeno porte que trabalha na coleta do material de rua e estabelecimentos empresariais. Com o crescimento da produção, outros benefícios chegarão. O Ministério Público – importante parceiro da Coolimpa, citado por Deizimeire – firmou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com empresários do segmento de Outdoor, condição que garante um caminhão auxiliar em três dias da semana na ajuda da coleta.
Apoio importante
A Coolimpa conta com quatro galpões, construídos com a ajuda do MP. Mas para a presidente, esse apoio da FESF reforçará a capacidade de gerar oportunidades para novos investimentos, a exemplo da aquisição de uma prensa profissional e a implantação do sistema de energia elétrica no local onde os galpões estão implantados, serviço ainda inexistente. “Por conta desta limitação na infraestrutura, temos muitos associados que ainda tiram meio salário por mês. É muito pouco”, lamenta Deizimeire.
Pau-Brasil
O Hospital Materno-Infantil desenvolve outros programas de sustentabilidade. Recentemente distribuiu entre familiares de cada criança nascida na unidade, como símbolo da vida e da resistência, uma muda de pau-brasil, numa parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), através da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e o seu projeto de extensão Horto-Florestal. A campanha ganhou uma grande dimensão com o feedback das famílias mostrando através de fotos e vídeos as mudas sendo plantadas nos quintais das residências.
Próximo ao primeiro aniversário
No dia 6 de dezembro o HMIJS completa o seu primeiro aniversário. Construída pelo governo do estado, a unidade é gerida pela FESF desde sua inauguração. O Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI neonatal e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do estado foi de aproximadamente 40 milhões de reais, entre obras e equipamentos.