A 3ª edição do Festival de Invenção e Criatividade (FIC) foi promovida nesta sexta-feira (3), no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador. Com o tema Ancestralidade Maker, o evento deve atrair ao longo do dia cerca de 1900 estudantes e 100 educadores de escolas da rede estadual de ensino da capital e do interior do estado. Mostras interativas, oficinas e experiências envolvendo diversos tipos de tecnologia, se misturaram a tradições e saberes ancestrais, com a realização de oficinas de turbante, penteados afros e tradições indígenas, como as pinturas corporais. Ao todo serão realizadas 12 oficinas, 25 mostras e 12 painéis em exposição.
“A gente realizou esse festival em 2022, 2023 e agora 2024. A ideia é ter um espaço com muita interação, em que as pessoas possam criar e ver novas formas de aprender. Então, essa festa toda com os estudantes é muito cara para gente, porque a gente sabe que eles se interessam, que eles gostam de aprender e o festival permite que a gente mostre muitas formas, porque a gente não só trabalha as tecnologias digitais de hoje, mas também as tecnologias de povos originários, como povos quilombolas e indígenas”, destacou o diretor geral do IAT, Iuri Rubim.
Cultura ancestral
Representando o Colégio Estadual Indígena Tupinambá Amotara, de Ilhéus, no sul da Bahia, a professora Laísa Eduarda Tupinambá explicou que a unidade escolar levou para o FIC um pouco da vivência, da educação e, principalmente, da cultura da comunidade. Eles também tiveram a oportunidade de conhecer outras realidades educacionais. “Aqui a gente tem uns colares, que foram produzidos pela professora da disciplina de cultura, que também é nossa aluna. Tem a oficina de pinturas indígenas e trouxemos alguns pigmentos, como o urucum, que a gente usa para fazer a coloração vermelha. A gente também tem uma oficina de jogos indígenas, que é um momento cultural muito importante, muito rico de aprendizagem”, explicou a professora.
Tecnologia
Um dos projetos de tecnologia em exposição era sobre inteligência artificial em tempo real. “Aqui você pode ensinar tanto a diferenciar pessoas, como objetos, ou ensinar uma língua como Libras, que é uma língua de expressão. Como nesse exemplo aqui, eu posso diferenciar pessoas, como a gente acabou de fazer o teste. Ela vai conseguir diferenciar, no caso, você de uma pessoa diferente. Assim funcionaria se eu pegasse um jarro, ou seja, ensinar a ela que aquilo é um jarro, e mostrasse outro objeto como uma bola, ensinar a ela que aquilo é uma bola. Isso também é usado para o reconhecimento facial, e pode gerar vários tipos de automação”, explicou o desenvolvedor web do IAT, Cláudio Luiz.