Por Daniel Thame
Foi amor à primeira vista. O casal Romain Gonçalves, francês filho de portugueses, e Helen Schaly, brasileira descendente de alemães, foi apresentado a um fruto de cacau durante uma feira de alimentos em São Paulo. Em 2014, em busca de mais qualidade de vida, já estavam residindo em Itacaré, no Sul da Bahia. No ano seguinte, adquiriram a Fazenda Pancadinha, no mesmo município, com uma área 27 hectares, sendo 20 hectares de cacau.
Era o primeiro passo para a realização do sonho que nasceu naquele primeiro contato com o cacau: a produção de chocolate. “Sempre fomos consumidores de produtos orgânicos, dentro de uma filosofia de vida saudável e respeito à natureza e decidimos que a nossa produção de cacau seria orgânica”, conta Helen.
Com a colheita 100% orgânica, a fábrica de chocolate foi instalada em meio à plantações de cacau. Nascia, em 2019, o Gonschä Chocolat, um autêntico produto tree to bar (da árvore à barra), lançado oficialmente no Chocolat Festival, realizado em abril na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.
“Decidimos investir na produção de chocolates, já que a gente cuida desde a plantação até a colheita e manejo das amêndoas. Processamos esse cacau, que é de ótima qualidade, e fazemos um chocolate premium, que tem alto valor agregado”, explica Romain. A unidade tem capacidade de produção de 16 quilos por dia, com potencial de ampliação.
O Gonschä Chocolat é produzindo nas versões com 90%, 70% e 40% de cacau; 70% com laranja, 40% com castanha de caju, 35% chocolate branco, e 35% chocolate branco com nibs.
O verdadeiro chocolate
A meta é atingir inicialmente o mercado baiano, mas já existem projeções para comercialização em São Paulo, onde o Gonschä foi bem recebido no festival, Rio de Janeiro e demais estados do Sul/Sudeste, onde está o principal mercado consumidor, posteriormente o exterior. “Existe uma demanda por produtos de origem, com foco na sustentabilidade. O Sul da Bahia, com a imagem mundial de Jorge Amado, a história, a biodiversidade e os investimentos na qualidade do cacau, tem pelas condições de se consolidar como polo de chocolate”, destaca Romain. “As pessoas vão se acostumar a consumir o verdadeiro chocolate e valorizar a produção ´tree to bar´ (da árvore à barra) e ´bean to bar´ (da amêndoa à barra), com elevados teores de cacau”, diz.
Helen ressalta ainda que “o nosso cacau vai pra Europa e volta como chocolate, um produto muito mais caro. É preciso um trabalho permanente de valorização e divulgação da produção sul baiana, que tem um chocolate com características únicas no mundo”. “Toda a cadeia produtiva do Sul da Bahia se beneficia com a produção de cacau e chocolate de qualidade”, finaliza.
As novidades da Gonschä podem ser acessadas no Instagram @gonschachocolat e em breve será lançado o site www.gonschachocolat.com.br