Nota Pública
A cidade de Ilhéus recebe preocupada a notícia de que a Audiência Pública para discutir a implantação do Porto Sul, no litoral norte do nosso município, corre o risco de ser cancelada. Se há informações que ainda necessitam de uma explicação plausível a respeito do empreendimento – como argumentam os ilustres procuradores da República que ajuizaram uma ação civil pública para justificar este cancelamento, os ilheenses não podem ser punidos com o fim de um encontro que tem justamente como princípio básico, democratizar as discussões e permitir dar vez e voz aos que são contra e aos que são a favor.
É esta Audiência que, certamente, contribuirá para que a sociedade e a justiça possam produzir uma conclusão justa e convincente atendendo firmemente o princípio democrático à liberdade de opiniões e ao exercício pleno da cidadania.
É com este sentimento que a Prefeitura de Ilhéus tem trabalhado para debater o tema. Sem tomar partido de um ou de outro, mas exercendo o papel fundamental em cada um dos encontros que tem promovido, de debater com o olhar para o futuro através de um processo de construção coletiva. Da diversidade das idéias é que construiremos consensos para a criação de uma Ilhéus justa, sustentável, desenvolvida e com a cara de uma nova cidade.
O município vive um momento econômico e social difícil. Perdemos a liderança regional, vimos cair a nossa posição na arrecadação de ICMS e no decorrer de uma década conseguimos gerar nada mais que 3.733 novos empregos diretos. A proposta de construção de um novo modelo econômico para a cidade apresenta para Ilhéus o sentimento de um recomeço econômico, alicerçado na mais importante intervenção viária promovida pelos governos da Bahia e do Brasil. Daí a importância do seu debate permanente.
O povo de Ilhéus, a quem temos o compromisso moral de defender em todas as suas instâncias, aprova a iniciativa da Audiência Pública. E dela espera a oportunidade de crescer junto com o município, construindo um futuro melhor para os nossos jovens trabalhadores. Pedimos, portanto, que ao analisar os argumentos expostos pelos ilustres integrantes do Ministério Público Federal, a nossa Justiça considere o inevitável impacto social que a negação desta Audiência Pública pode exercer sobre uma cidade que clama por novas oportunidades.
Ilhéus, 14 de abril de 2010.
Mário Alexandre Corrêa de Sousa
Vice-prefeito no exercício de prefeito