Um procedimento cirúrgico realizado na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna vai impactar positivamente na comunicação e qualidade de vida da família da pequena Maria Júlia Borges Oliveira. A menina de 10 anos, que tinha audição apenas no lado direito, recebeu um implante de Prótese Auditiva Ancorada no Osso no lado esquerdo.
A cirurgia para colocação de um dispositivo eletrônico que transmite som, por meio de vibração, até o órgão da audição, foi realizada, com sucesso, por uma equipe do médico otorrinolaringologista Guilherme Fenólio. O procedimento, que consiste na implantação de uma prótese de titânio no osso temporal, atrás da orelha do paciente, durou pouco mais de uma hora.
De acordo com dr. Guilherme, em alguns casos, o paciente recebe alta médica no mesmo dia. “A cicatrização interna leva de 45 dias a dois meses. Com as crianças, é necessária atenção adicional para evitar que o local seja atingido durante algum descuido”.
O médico esclarece, ainda, que o implante de prótese ancorada no osso não é indicado para todas as pessoas, mas para casos específicos. “É um procedimento que serve para aqueles pacientes com perda de audição no caminho que o som faz até a cóclea. O implante é indicado para pacientes que já operaram o ouvido ou aqueles com má-formação, além de quem escuta de um lado só”, detalha.
Mudando a vida da família
Empolgada com o resultado e felicidade da filha, Juliana Borges dos Santos conta que a tecnologia está mudando a vida da família. “Um dos ganhos será na escola. A comunicação com professores e colegas ficará mais fácil, porque Maria Júlia ouvirá e falará melhor. Ela vinha tendo dificuldade, principalmente, em línguas estrangeiras. Agora, esse problema será superado”, ressalta Juliana.
Maria Júlia nasceu prematura, de sete meses e três semanas, e ficou 72 dias internada numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A menina fez o teste da orelhinha. Ela ouvia normalmente até os 8 anos. O problema de audição só foi detectado há pouco mais de ano. “Começamos a suspeitar porque, às vezes, chamava e Maria Júlia não atendida. Quando era questionada, alegava que não ouvia”, lembra a mãe de Maria Júlia.
Diante desse quadro, os pais levaram a menina ao otorrino e, depois de uma bateria de exames foi constatado que ela tinha 100% de surdez no ouvido esquerdo. “Quando fez o teste para saber a viabilidade do uso da Prótese Auditiva Ancorada no Osso, ela ficou maravilhada, pois foi a primeira vez depois de muito tempo que conseguiu ouvir novamente nos dois ouvidos”.
Pouco antes da cirurgia em Maria Júlia, a equipe do médico Guilherme Fenólio realizou implante em outra criança de 11 anos. Cada procedimento durou pouco mais de uma hora e 24 horas depois os pacientes receberam alta médica e estão se recuperando bem. Nos próximos dias, haverá a colocação da parte externa do aparelho.
Os procedimentos foram cobertos por planos de saúde, mas já podem ser realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde que os pacientes preencham os requisitos. Os encaminhamentos são feitos pela rede pública.