O médico infectologista Fernando Romero, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, alerta que o hábito de higienizar as mãos ajuda a salvar milhares de vidas no mundo inteiro. A lavagem correta das mãos é tão importante que todos os anos uma campanha mundial é promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em parceria com os ministérios da Saúde.

O objetivo da OMS, com as ações realizadas em todo o planeta, é baixar o índice de infecção entre as pessoas hospitalizadas e, mais recentemente, evitar a disseminação do novo coronavírus. No sul da Bahia, a Santa Casa de Itabuna está com um mês de atividades internas em alusão aos dias 5 (Dia Mundial de Higiene das Mãos) e 15 de maio (Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares).

As ações para orientação de pacientes, familiares e profissionais foram iniciadas no dia 5, com visita à Unidade de Hemodiálise, e prossegue até o dia 27 deste mês, com atividades nos hospitais Manoel Novaes e Calixto Midlej Filho. A programação será encerrada com uma palestra de Olívia Palmeira, enfermeira do CCIH do Hospital Cardio Pulmonar de Salvador e vencedora do prêmio Latino-Americano de Higienização das Mãos. O evento será no auditório do HCMF, a partir das 8h30min.

MEDIDA DE BAIXO CUSTO

A campanha mostra que a infecção e contaminação podem ser evitadas com uma medida muito simples e praticamente sem custos. “É uma ação que faz um grande efeito. É tanto que a higienização das mãos é um dos critérios de qualidade dentro da política adotada pelos hospitais. Por isso, é importante envolvimento de todos. Quando todos participam, se comprometem, obtemos sucesso”, observa o médico Fernando Romero.

O infectologista explica que a infecção hospitalar pode se manifestar durante a internação ou após a alta médica. “A infecção pode agravar o estado de saúde do paciente, atrasar a sua recuperação, demandando mais tempo de internação. Além disso, é uma das principais causas de mortalidade no mundo. Por isso, é considerada um como um dos problemas de saúde pública”.

De acordo com o infectologista, os estudos mostram que a higienização das mãos é uma das formas mais eficazes de evitar a transmissão de infecções em ambiente hospitalar. A higienização pode ser feita com água e sabão ou com uso de álcool 70%. “Todos devem higienizar as mãos, não só os profissionais de saúde. Os cuidados precisam ser o tempo todo, principalmente antes das refeições e após o uso do banheiro”, orienta.

OUTROS CUIDADOS

A orientação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da SCMI é para que o visitante deve sempre higienizar as suas mãos na chegada ao hospital, antes e após tocar o paciente ou superfícies próximas ao seu redor e após o término da visita. Mas os cuidados não se resumem apenas a lavagem das mãos, mas também a limpeza das unhas, principalmente das pessoas que têm contato com os pacientes.

Os profissionais de saúde, visitantes e pacientes ao lavar as mãos devem esfregar bem o dorso, a palma, os dedos e os interdígitos. A recomendação é para que se tenha cuidado redobrado para quem possui unhas longas. A pessoa com unhas mais longas deve colocar sabão e esfregar embaixo delas. Para secar as mãos deve ser usadas toalhas de papel, que devem ser usadas também para fechar a torneira.

Os cuidados para evitar a infecção hospitalar inclui ainda as recomeções estabelecidas na política do adorno zero (não uso anéis, colares, brincos, pulseiras e relógios). Embora seja visto como gesto de carinho, visitante deve evitar ainda levar flores e plantas para o quarto do paciente, pois elas podem contribuir para a disseminação de insetos.