No começo elas eram poucas, e os passos, desencontrados. Aos poucos, o ritmo da zumba mostrou sua força e o pátio de visitas do Anexo Feminino se transformou num verdadeiro estúdio de dança. Quando o “forró zumbado” de Gonzagão dominou o espaço, as internas do Conjunto Penal de Itabuna (CPI) esqueceram das grades e muros que as cercam. Esqueceram até possíveis divergências de grupos sociais ou origens. E dançaram juntas.
A ação “Vida saudável na Prisão”, desenvolvida pela empresa Socializa Brasil, que faz a administração do presídio em regime de cogestão com o governo do Estado, através da equipe do Corpo Técnico do CPI, ocorreu na manhã dessa sexta-feira (09), dentro do programa de ações ressocializadoras desenvolvidas naquela unidade prisional. Devido à grande aceitação, a direção do Conjunto Penal e a Socializa já providenciaram a continuidade das aulas, que se darão a cada sexta-feira, pela manhã.
Terapêutica
A atividade foi acompanhada pelo diretor-adjunto do Conjunto Penal, o sargento PM Bernardo Cerqueira Dutra, representando a direção. “Trata-se de uma ação ressocializadora, sem dúvidas, mas vai além disso. A música e a dança tem um poder catalisador, que ultrapassa a parte sensorial e atinge a alma. Lembremos que o cárcere não é eterno. Acredito que a partir dessas aulas, assim como de diversas outras ações, nossas reeducandas passarão a encarar o desafio da privação de liberdade de uma maneira mais leve”, observa Dutra.
De acordo com o setor de Psicologia do CPI, que propôs essa ação, as aulas de zumba, além do papel de recreação, também ajudam na parte terapêutica, colaborando efetivamente com o processo de reintegração social. Além de auxiliar no controle da ansiedade, ajuda a evitar a depressão e melhorar o humor, diminuindo o sofrimento causado pelo encarceramento prolongado.