Uma operação da Polícia Civil descobriu na manhã desta sexta-feira (10), dois imóveis no bairro São Caetano, em Itabuna, que serviam como depósitos de mercadorias vencidas. Os produtos, entre os quais muitos alimentos e refrigerantes, tinham suas datas de validades adulteradas e depois eram vendidas para supermercados da cidade. Nas casas, a polícia apreendeu toneladas de alimentos, bebidas e produtos de higiene impróprios para consumo. Alguns produtos estavam vencidos há mais de dois anos, mas seriam vendidos com outra validade
Os imóveis, segundo informou o Coordenador da Polícia Civil, Evy Paternostro, foram alugados pelos suspeitos, entre eles um empresário, somente para armazenar as mercadorias. Vizinhos relataram para a polícia um movimento intenso de chegada e saída de caminhões lotados de produtos.
As investigações começaram desde agosto do ano passado, após denúncias anônimas. Desde então, a polícia vinha monitorando o empresário. Imagens feitas pela polícia flagraram, inclusive, ele descarregando produtos de seu veículo. A Vigilância Sanitária foi informada e vai trabalhar em conjunto com a Polícia Civil. As mercadorias serão incineradas.
O empresário e o outro suspeito foram presos na operação. Eles serão autuados por falsificação, corrupção, adulteração de produtos alimentícios. Os aparelhos celulares dos acusados foram apreendidos e serão periciados. Além disso, os policiais também apreenderam os equipamentos utilizados para remarcações dos prazos de validade. O Departamento de Polícia Técnica foi requisitado e compareceu ao local, que passou por perícia. Foram descobertos, inclusive, vestígios de produtos químicos usados para remoção das impressões de validade. O próximo passo da polícia agora, será descobrir se outras pessoas estão envolvidas no crime e se os supermercados que adquiriam as mercadorias vencidas com o empresário sabiam da fraude.
“Crime contra a saúde pública é um crime muito grave, com uma pena que varia de 4 a 8 anos. Muitas pessoas podem ter tido problemas gastrointestinais, foram internadas, sem saber a origem dessas infecções de saúde, provenientes desse crime”, disse o delegado Evy Paternostro, coordenador da Polícia Civil, em entrevista ao OziTV.