Do Pimenta
A prefeitura de Itabuna permitiu que o empresário Daniel Soares Neto, dono da Silva Calçados e presidente do conselho superior da CDL de Vitória da Conquista, iniciasse a demolição do prédio do Colégio Divina Providência, no dia 7 de maio, sem que a obra contasse com engenheiro responsável e um documento legal, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
O caso é passível de multa tanto por parte do município como do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). Como o PIMENTA denunciou ainda no domingo das Mães, dia 8, a demolição foi iniciada com operários sem qualquer equipamento de proteção (reveja). Um documento exibido pela Silva Calçados na própria demolição revela que a ART somente foi expedida três dias após o início da demolição.
De acordo com o documento emitido pelo Crea, a demolição somente poderia ter sido iniciada no dia 10 de maio. A demolição, como se sabe, foi iniciada no dia 7. De acordo com a ART, a obra tem como profissional responsável o engenheiro civil Cláudio Souza da Silva.
A falta de acompanhamento técnico na demolição pode ter ocasionado prejuízos a empreendimentos vizinhos ao prédio do Divina Providência. Estabelecimentos como a livraria Um pouco de tudo, o prédio do antigo INPS e o Santuário Santo Antônio foram afetados pela demolição. Os imóveis apresentaram rachaduras e parte da livraria teve de ser desocupada por que corria risco de desabar.
A demolição do prédio antigo do Divina Providência começou às vésperas do Dia das Mães e na calada da noite para evitar a manifestação de contrários ao modo como foi promovido o “destombamento” do prédio. O imóvel será transformado em centro de compras com, pelo menos, três lojas (Americanas, Silva Calçados e Farmácia Pague Menos). A prefeitura promoveu o “destombamento” em tempo recorde e com uma audiência pública na surdina, na Casa do Educador, e “lotada” por uma claque arregimentada pelo governo.