Nos últimos dias, o número de casos de arboviroses, principalmente de chikungunya e dengue, em crianças encaminhadas para o Hospital-materno Infantil Manoel Novaes, em Itabuna, não para de crescer. Entre a segunda quinzena de abril e este mês de maio, segundo a médica pediátrica Fabiane Chávez, diretora técnica do HMN, a quantidade de atendimento em bebês com idade entre um e três meses aumentou cerca de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
A médica relata que as arboviroses têm atingido uma quantidade maior de bebês com menos de 90 dias de nascido. Dentre os casos atendidos no Hospital Manoel Novaes, a pediatra cita o de um bebê de 20 dias de nascido, que ficou internado 15 dias em um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) depois de contrair chikungunya.
Fabiane Chávez afirma que outra surpresa é que não apenas o bebê, mas toda a família dele testou positivo para doença. “Foi a primeira vez em toda a minha carreira profissional que vi um recém-nascido com chikungunya, com um quadro de saúde preocupante. O número de casos da doença não para de crescer. As pessoas precisam ter mais cuidado com a limpeza de terrenos baldios e plantas para que possamos reduzir esses números”, alerta a médica.
Outro caso grave de paciente acometido por uma arbovirose internada no Hospital Manoel Novaes foi de uma criança de três anos, moradora de Ilhéus. Ela precisou ficar internada em um leito de UTI pediátrico após contrair dengue hemorrágica. Foi tratada, recuperou-se e já recebeu alta médica.
VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (VSR)
Mas não são somente os casos de arboviroses que preocupam os médicos. De acordo com a médica, entre a segunda quinzena de abril e início deste mês, o hospital tem registrado aumento no número de atendimento de crianças que chegam acometidas pelo vírus respiratório, principalmente, com sintomas de bronquiolite. A bronquiolite é uma infecção causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR).
A diretora técnica do HMN destaca que esse tipo de vírus causa infecção de vias aéreas terminais em bebês, que têm essas vias em fase de desenvolvimento. Ela explica que, tradicionalmente, a sazonalidade ocorre entre os meses de maio e agosto, mas que neste ano os pacientes começaram a chegar mais cedo, já no mês de abril. “E, muitos casos, em bebês, com poucos dias de nascido”, ressalta Fabiane Chávez.
A médica recomenda aos pais de crianças muito pequenas que evitem frequentar lugares com aglomeração, pois a possibilidade de transmissão de vírus torna-se maior em espaços com concentração de pessoas. Devem ainda lavar as mãos, sempre que possível, ou fazerem uso de álcool na higienização.
Ela orienta também que a pessoa adulta com sintomas de resfriado deve evitar ir à casa de pais de recém-nascido, pois uma simples visita pode terminar com um bebê internado, em estado grave, numa Unidade de Terapia Intensiva. “Hoje, estamos com várias crianças nos primeiros de vida internadas com bronquiolite”, conta.