Enquanto isso, no mesmo período, todo o estado Rio de Janeiro recebeu R$ 1 milhão
O ex-ministro da Integração Nacional e candidato derrotado ao governo do estado, Geddel Vieira Lima (PMDB), liberou ano passado um repasse de R$ 1 milhão ao estado do Rio de Janeiro para prevenção de catástrofes naturais.
Em 13 de maio de 2010, o mesmo ministro autorizou um repasse de R$ 1.209.897 milhão somente para o município de Itagimirim no extremo-sul da Bahia, em decorrência de uma suposta forte chuva que colocou a cidade em estado de “emergência e calamidade”.
Geddel resolveu que o município estava impossibilitado de arcar com a resolução do problema e liberou o repasse para “a reconstrução de casas, recuperação de estradas, vias públicas, pontes e desobstrução de leitos de rios e canais em áreas atingidas pelas chuvas no Município de Itagimirim – BA, na forma prevista no Plano de Trabalho”, Artigo 3º da Portaria Nº 366 do Ministério da Integração Nacional.
O recurso já foi liberado há muito tempo, mas as “obras” ainda não foram concluídas.
A disparidade entre as verbas liberadas por Geddel – irmão do segundo deputado federal mais votado da Bahia nas últimas eleições e o mais votado em Itagimirim, Lúcio Vieira Lima (PMDB) –, do Programa de Prevenção e Preparação para Desastres, destinadas ao Rio de Janeiro e à Bahia virou assunto nas principais mídias nacionais. Enquanto o Rio recebeu R$ 1 milhão (0,6% do total do programa), a Bahia recebeu cerca de R$ 84 milhões, mais de 50% do total, sendo mais de um milhão para a pequena Itagimirim.
Em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM, o peemedebista Geddel Vieira Lima reconheceu que a proximidade política com os gestores municipais facilitou o maior despacho financeiro à Bahia. “Absolutamente natural que os prefeitos se sintam mais a vontade para apresentar esses projetos ao ministério, quando o ministro é baiano”, disse.
No momento em que concluímos a matéria, o Rio de Janeiro já contabiliza mais de 600 mortos e milhares de desabrigados. Somente hoje, 16, após vários dias de comprovada a catástrofe o Governador Sergio Cabral decretou Estado de Calamidade Pública. Estado de emergência e Estado de calamidade pública são situações muito sérias em que os governantes têm o máximo de cuidado na sua decretação.